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Conferência Interparlamentar

a. Sessão de abertura

A primeira intervenção coube a Zeljana Zovko, Vice-presidente da Comissão de Negócios Estrangeiros

do Parlamento Europeu, a qual salientou o importante papel desta conferência face à situação complexa

de segurança em que a Europa se encontra. Afirmou que a política externa deve refletir o consenso

político, particularmente num contexto em que as pessoas vão enfrentar uma crise energética e a

respetiva subida de preços, criando espaço para discursos populistas. Salientou a importância da

comunicação no atual recorte internacional e frisou que não se deve ceder à intimidação de Putin,

defendendo que a resposta à agressão russa deve caminhar ao lado daqueles que se querem juntar aos

valores da UE. Por sua vez, Marek Zenísek referiu a necessidade de se rever a estratégia em vigor, a

qual assenta no pressuposto que a Europa consegue desenvolver relações próximas com a Rússia.

Concluiu declarando que Putin já mostrou repetidamente ser uma pessoa não confiável. Ulteriormente,

Lubomír Metnar, Presidente da Comissão de Defesa da Câmara de Deputados da República Checa,

colocou ênfase na segurança e na necessidade de modernização das capacidades de defesa.

Seguiu-se Pavel Fischer, Presidente da Comissão de Negócios Estrangeiros, Defesa e Segurança do

Senado da República Checa, que incidiu o discurso na China e na Rússia, atestando que a visão

imperialista da primeira afeta a comunidade global e que a agressão da segunda ameaça a existência de

um Estado no continente europeu. Ainda quanto à Ucrânia, David McAllister, Presidente da Comissão

de Assuntos Externos do Parlamento Europeu, referiu ser a altura para se começar a pensar na

reconstrução daquele país e no pós-guerra.

b. Prioridades da PESC/PCSD e assuntos correntes, com ênfase na Bússola Estratégica

A sessão, moderada por David McAllister, teve por orador, através de participação remota,

Josep Borrell, Alto Representante da União para os Negócios Estrangeiros e para a Política Externa e

de Segurança, que iniciou a sua intervenção ao destacar que, no atual ambiente, as missões e

operações da UE são ainda mais vitais. Frisou que a Rússia precisa de desenvolver campos de

exploração petrolífera e, para o conseguir, necessita de tecnologia europeia. Salientou que os cidadãos

estão preocupados com a crise energética, situação que está a ser explorada pela Rússia. Mantendo o

seu cunho pessoal e estratégico assente na “linguagem do poder”, enfatizou que a UE está a enfrentar

uma batalha de narrativas, tanto em África como noutros locais, acrescentando que quando se houve

que as sanções geram problemas temos de reafirmar que é a guerra que cria os problemas. Nesta linha,

arrematou que as pessoas estão mais preocupadas com as consequências da guerra do que

propriamente com as causas da guerra. Afiançou que a Bússola Estratégica visa fortalecer a postura da

UE em termos de defesa, mas que a guerra na Ucrânia impõe uma revisão daquele documento, o qual

foi elaborado numa altura em que não se antecipava um cenário de guerra convencional na Europa.

No posterior período de intervenções a cargo dos diferentes participantes, é de sobressair a importância

dada à autonomia estratégica da UE no campo da segurança e defesa, sustentando-se que este é o pilar

que garante um futuro próspero para a Europa. O tema China mereceu destaque, nomeadamente pela

necessidade de se condenar a sua linha no âmbito dos direitos humanos, mas também pela ameaça que

representa e pelo comportamento agressivo que vem revelando no Mar da China. Por outro lado,

II SÉRIE-D — NÚMERO 40 ____________________________________________________________________________________________________________

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