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A sessão terminou com Josep Borrell a sublinhar o importante papel dos parlamentos na questão do

investimento em capacidades militares e a sua concordância com a necessidade de se dar uma

explicação sustentada às pessoas, bem como a pertinência de um desenvolvimento coordenado da

indústria de defesa europeia. Apontou o erro estratégico de se ter caído numa dependência energética

da Rússia e apelou a um esforço no combate à desinformação, a qual assenta em campanhas de

propaganda que advogam o fim das sanções da UE.

c. Ucrânia: formas de apoio político e reconstrução.

Sob moderação de Marek Zenísek, a sessão contou com três oradores. O primeiro, Jan Lipavsky,

Ministro dos Negócios Estrangeiros da República Checa, colocou a tónica no interesse vital em ajudar a

Ucrânia durante a guerra, tanto ao nível da sua sobrevivência e reconstrução, como também na

contenção da influência russa e da respetiva força militar. Oleksandr Merezhko, Presidente da

Comissão para a Política Externa e Cooperação Interparlamentar do Conselho Supremo da Ucrânia,

individualizou a Hungria como o Estado Membro que mais resistências tem apresentado nas várias

dimensões que podem ajudar a Ucrânia, complementando que o objetivo dos países autoritários é

instalar o seu próprio sistema. Fechou ao convocar o reconhecimento da Rússia como um Estado

terrorista. Helena Konig, Secretária-Geral Adjunta para os Assuntos Económicos e Globais do Serviço

Europeu de Ação Externa, insistiu na inaceitabilidade da ordem internacional para com a invasão da

Ucrânia. Destacou a união que vem sendo patenteada pela UE, traduzida em demonstrações de

assistência humanitária, financeira e militar. Invocou ao enfraquecimento e isolamento da Rússia com

vista a definir uma trajetória que reduza a capacidade do regime russo em continuar a guerra e condenou

a normalização deste tipo de comportamentos.

O debate prosseguiu com uma miríade de intervenções que fizeram sobressair um timbre no apoio militar

à Ucrânia, argumentando-se que, nesta altura, as armas são o elemento fundamental para que o país

possa manter a sua soberania. Sublinhou-se que ajudar a Ucrânia significa ajudar-nos a nós próprios em

manter a Rússia longe, mas foi acautelado que devemos estar preparados para o pior. Nesta esfera,

referiu-se que é essencial uma comunicação concisa e clara em termos de opinião pública,

nomeadamente que a Ucrânia também está a lutar por nós e que a Rússia ganhar não é uma opção.

Advertiu-se que o processo de adesão da Ucrânia à UE deve ser genuíno, sem ser politizado e sem

promessas que não podem ser cumpridas. Houve enfoque no mérito das sanções à Rússia e na

responsabilização desta por crimes contra a humanidade, genocídio e danos causados, bem como numa

postura europeia inequívoca de que não serão reconhecidos referendos controlados pela Rússia em

territórios temporariamente ocupados. Recordou-se que historicamente a busca pela paz fez sempre

avançar a prosperidade da Europa. Assistiu-se a uma ressonância generalizada na questão do apoio

económico, financeiro e de reconstrução, ao abraçar-se o princípio que não se deve esperar pelo fim da

guerra pois, caso contrário, as pessoas saem do país sem esperança e sem pensar em regressar.

Face a algumas questões colocadas, nos esclarecimentos finais Jan Lipavsky e Helena Konig

revelaram um pensamento semelhante ao afirmarem que o processo de alargamento da UE baseia-se

no Estado de Direito, tendo uma dimensão técnica e outra política, não podendo haver curto-circuitos.

II SÉRIE-D — NÚMERO 40 ____________________________________________________________________________________________________________

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