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II SÉRIE-D — NÚMERO 2

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O Secretário Executivo da CQNUAC, Simon Stiell3 iniciou a sua intervenção afirmando que naquele dia se

iniciava uma nova era. Referiu que com Paris se conseguiu um acordo, com Katowice e Glasgow um plano e

que Sharm El-Sheik deveria levar à sua implementação, alcançada com o esforço de todos, em todo o mundo,

todos os dias, fazendo tudo o que é possível para combater a crise climática. Sublinhou a necessidade de se

acelerar o processo de se «transformar palavras em ações», delineando três objetivos para a COP:

1. Demonstração efetiva de uma mudança de paradigma, transformando-se as negociações em ações

concretas;

2. Concretização do progresso nos trabalhos mais críticos relacionados com mitigação, adaptação, finanças

e perdas e danos;

3. Otimização dos princípios da transparência e responsabilização ao longo do processo.

Na visão de Simon Stiell, a mudança para a implementação dos planos de combate à crise climática, deveria

colocar no centro da tomada de decisões as mulheres e meninas, uma vez que o seu empoderamento levaria a

uma melhor governação e à obtenção de melhores resultados.

Discursou ainda Hoesung Lee4, Secretário do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas

(IPCC), alertando para o facto de não estarmos no caminho certo para limitar o aquecimento global a 1,5 °C,

sendo que um dos fatores mais determinante para essa falha seria a falta de financiamento suficiente.

ii. Reunião dos líderes mundiais

A reunião dos líderes mundiais decorreu nos dias 7 e 8 de novembro, sob o título «Juntos pela

Implementação» e contou com a presença de mais de uma centena de Chefes de Estado. A primeira sessão

plenária do segmento de alto nível 5, realizada no dia 7 de novembro, foi aberta pelo Presidente do Egipto, Abdel

Fattah El-Sisi, que apelou à ação e implementação globais.

O Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres6, no seu discurso, alertou para o facto de o tempo

se estar a esgotar, frisando que «estamos numa autoestrada para o inferno climático, com o pé no acelerador»

e que se a humanidade é a causa do problema climático só a ação humana poderá ser a sua solução.

Apelou a um pacto histórico entre as economias desenvolvidas e as economias emergentes (um pacto de

solidariedade climática), no qual todos os países fazem um esforço de redução de emissões, em que os países

com economias desenvolvidas ajudam financeira e tecnicamente os países com economias emergentes, onde

se estipule o fim da dependência de combustíveis fosseis e se preveja o acesso universal, acessível e

sustentável de energia para todos.

Finalizou o seu discurso afirmando que «a humanidade tem uma opção: cooperar ou perecer», ou seja, entrar

num pacto de solidariedade climática ou num pacto suicida coletivo.

Nesta sessão discursaram ainda Al Gore, antigo Vice-Presidente dos Estados Unidos da América, que

enfatizou a importância da utilização e investimento em energias renováveis, como forma de combater

eficazmente a crise climática; Mia Mottley, Primeira-Ministra dos Barbados, abordou o problema das perdas e

danos e mencionou que os atores não-estatais, como sejam as companhias de gás e petróleo, também deveriam

ser convocados para o próximo ano; e Lea Namugerwa, jovem ativista do Uganda, que apelou a que esta COP

fosse de ação e que nela se reconhecesse que o continente africano, que é responsável por menos de 4 % das

emissões globais, está a enfrentar os piores desafios climáticos.

No dia 8 de novembro discursou o Primeiro-Ministro de Portugal, António Costa7, salientando que a crise

climática é uma realidade constatável nos dias presentes e que a transição energética se mostrou ainda mais

urgente com a guerra na Ucrânia. Evidenciou os sucessos de Portugal na aposta nas energias renováveis e no

cumprimento e antecipação de metas, apelou ao esforço global de financiamento e ao diálogo multilateral como

elemento fundamental para se encontrarem respostas conjuntas para desafios globais. Concluiu afirmando que

3 O seu discurso pode ser consultado em COP27 Opening Remarks by the UN Climate Change Executive Secretary – UNFCCC. 4 O seu discurso pode ser consultado em Statement by IPCC Chair Hoesung Lee during the Opening of UNFCCC COP27 – IPCC. 5 A gravação da primeira parte da reunião pode ser consultada em First Part of the High-Level Segment – UNFCCC. 6 O seu discurso pode ser consultado em Secretary-General's remarks to High-Level opening of COP27 – as delivered [scroll down for all English version] – United Nations Secretary-General. 7 O seu discurso pode ser consultado em Portugal – High-level Segment Statement COP 27 – UNFCCC.