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14 DE NOVEMBRO DE 2019

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Do gráfico da Figura 3 é possível concluir facilmente sobre o grande efeito da rapidez da primeira

intervenção na probabilidade de ocorrência de grandes incêndios. Da análise do histórico 2001-2019 (SGIF)

conclui-se que, quando o tempo de intervenção foi inferior a 10 minutos a percentagem de ocorrências que

ultrapassou os 100 hectares foi muito baixa (0,42%) dos quais apenas 0,06% ultrapassam os 1000 hectares.

Pelo contrário quando o tempo de primeira intervenção foi superior a 50 minutos quase 2% das ocorrências

ultrapassou o limite de 100 hectares das quais 0,43% ultrapassou mesmo os 1000 hectares.

Conclui-se desta análise que os tempos de primeira intervenção mostram uma relação clara com a

dimensão final do incêndio. Como, por outro lado, vimos uma grande dependência da dimensão do incêndio

com a meteorologia concluímos ser de grande importância garantir uma primeira intervenção mais rápida

quando a meteorologia é mais severa.

O objetivo da atual doutrina de garantir uma primeira intervenção em menos de 20 minutos parece

adequada, mas sobretudo particularmente necessária em condições meteorológicas mais severas, acima de

um valor de DSR a determinar. Assumindo uma relação de causa e efeito entre o tempo de intervenção e a

área ardida podemos ter ideia da significativa redução desta área se conseguirmos diminuir os tempos de

primeira intervenção.

A redução dos tempos de primeira intervenção só pode ser conseguida através do reforço da quantidade

de meios de ataque inicial e da otimização da localização geográfica desses meios, temas que serão tratados

de seguida.

3. A GEOGRAFIA DOS GRANDES INCÊNDIOS E DA RAPIDEZ DE INTERVENÇÃO

A distribuição geográfica dos incêndios mostra uma grande heterogeneidade com as áreas de maior

número de ocorrências a serem bastante diferentes das dos incêndios de maior dimensão (Figura 4).

Figura 4. Geografia da densidade de ocorrências em função da dimensão. Dados: SGIF 2001-2019.

A geografia da totalidade das ocorrências é clara, associada às áreas de maior densidade populacional. No

entanto a densidade de ocorrências acima de 100 hectares e sobretudo a densidade de incêndios com

dimensão superior a 1000 hectares mostra uma geografia completamente diferente, com os grandes incêndios

a ocorrerem sobretudo no Norte e Centro mais no interior, com alguma incidência na região do Algarve. Fica

então claro que são nessas áreas que existem os maiores problemas associados aos grandes incêndios.

Importa agora saber como se distribuem geograficamente no continente Português os tempos da primeira

intervenção. Na Figura 5 apresentam-se, para o período 2001-2019 e por concelho, as médias dos tempos de

intervenção (no total e no período de julho a setembro) e as percentagens de ocorrências com tempo de