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Figura 1. Evolução do número de vítimas mortais, entre operacionais e civis, desde 2000 até 2017 (CTI 2017, 2018)

reanalisados por ADAI (Molina-Terrén et al. 2019, Haynes et al. 2020).

Existe sempre, no entanto, alguma dificuldade na estatística do número de vítimas mortais

associados aos incêndios florestais. Em primeiro lugar, porque alguns óbitos poderão ocorrer

algum tempo depois do acidente, não entrando nalgumas estatísticas. Por outro lado, nas

fatalidades que envolvem os operacionais de combate são contabilizados os acidentes

rodoviários ou com meios aéreos, mas este critério pode não ter sido uniforme ao longo do

tempo. Finalmente, no caso de perda de vida de civis, há que registar que têm ocorrido ao

longo dos anos outros acidentes que causaram um número importante de vítimas, mas que

poderão ter sido, ou não, contabilizados nos diversos estudos.

A partir de 2017, há a registar, entre operacionais, a existência de sete vítimas mortais em

2020. Quanto a civis merece referência o facto de que, em cada ano, ocorrem diversos

acidentes e alguns com vítimas mortais, em geral idosos, na realização de queimas e

queimadas, que fogem ao controle de quem as procura realizar, sem qualquer apoio, acabando

por os vitimar, quando as tentam extinguir. Estes números também não entram, em geral, nas

estatísticas oficiais, mas revelam um problema muito importante, que tem estado a merecer

uma maior atenção por parte das autoridades nos últimos anos, através do programa «Apoio à

realização de queimas – Prevenção dos fogos florestais», lançado pelo ICNF em 2019, tema

que será abordado noutro estudo por parte deste Observatório. Em 2018 a ADAI registou 12

vítimas mortais associadas a essas ocorrências, não havendo ainda dados consolidados para

2019 e 2020.

A importância da análise mais detalhada dos acidentes com vítimas mortais esteve na base

dos trabalhos de Viegas (2004, 2009, 2013, e 2017) e Viegas et al. (2013). Estes trabalhos

reportam um número de vítimas ligeiramente diferente do apresentado na Figura 1, mas são

muito relevantes na medida em que nos fornecem descrições detalhadas das circunstâncias de

alguns destes acidentes, em particular os associados aos incêndios de Armamar (1985) e de

Águeda (1986). Estas descrições são muito úteis para a aprendizagem de lições e a proposta

de soluções.

As ocorrências de Pedrógão Grande, em 17 de junho de 2017, com 66 vítimas mortais

colocaram em evidência de forma trágica a vulnerabilidade da população e a necessidade de

se tomarem providências para lhe conferir capacidade de autoproteção nos casos de grandes

5 DE JANEIRO DE 2021________________________________________________________________________________________________________

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