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Portanto, a área cultural tem um conjunto de valências, nomeadamente os teatros nacionais, e, fico muito contente, por todos nos batermos pela sua dignificação, em relação aos quais, parece, todos estarmos muito satisfeitos, apenas com a ressalva do caso do Teatro Nacional de D. Maria II, a que já irei adiante. De qualquer modo, temos vários teatros nacionais, tais como o de S. João e o de S. Carlos, e equiparados - as orquestras do Porto e a Companhia Nacional de Bailado. Assim, gostava de ressalvar este ponto, que é central numa política de cultura.
Em relação ao desmembramento, Sr. Deputado, eu não diria que houve desmembramento mas, antes, que, em 1992, houve - e o Sr. Deputado conhece bem a situação - a fusão de organismos que não tinham nada a ver uns com os outros. E não é por acaso que, quando se funde o Instituto Português do Livro e das Bibliotecas com a Biblioteca Nacional, se torna completamente inoperante o Instituto Português do Livro e das Bibliotecas - por isso é que ele parou a construção da rede de leitura pública - e atinge-se, de um modo central, a identidade de uma instituição como a Biblioteca Nacional.
Quando se funde o Teatro Nacional de São João com o Teatro Nacional de D. Maria II - que toda a gente está agora, aflita, a defender - e o Instituto Português do Espectáculo no IAC, quando se fundem teatros nacionais e institutos de financiamento à actividade independente, o que é que está a fazer-se? Está a fazer-se uma política relativamente sou absolutamente contrário e em relação à qual nos definimos desde o princípio, que era cortar financiamentos à cultura, cortar em despesas de qualificação e de pessoal qualificado, justamente, na área da cultura. Foi isso o que se fez e foi por isso que, de 1992 a 1995, caiu a pique o investimento no livro e foi por isso que caiu a pique o investimento nas artes e espectáculos nesse período.
Nós somos, realmente, pela requalificação e dignificação dos teatros nacionais e não aceitamos, como o governo anterior - o de 1992 a 1995 - aceitou, que se metam dentro de um instituto público os teatros nacionais. Ora, foi com essa institucionalização que nós acabámos.
Portanto, nós não desmembrámos, nós restituímos a dignidade que devem ter o teatro nacional, a Biblioteca Nacional, o Instituto da Torre do Tombo, etc., e esse trabalho é hoje avaliado, genericamente, como extraordinariamente positivo.
Há ainda mais dois pontos que o Sr. Deputado levantou.
Em relação ao Museu do Vale do Côa, gostava de dizer ao Sr. Deputado que está claramente assumido - isso foi, ainda há dias, destacado pela Sr.ª Ministra do Planeamento - e será abrangido no Programa de Desenvolvimento Integrado do Vale do Côa, apesar de ter estado previsto que seria financiado pelo Instituto Português de Arqueologia. Portanto, por aí, já tem a inscrição de arranque de 3 milhões de contos, visto que, como sabe, é um museu que está orçamentado em 6 milhões de contos.
No que diz respeito à cultura popular e, designadamente, quanto à decisão do Parlamento sobre essa questão, gostaria de lhe dizer que, naturalmente, é minha intenção cumpri-la, tanto quanto possível. Mas, como o Sr. Deputado imagina, uma vez que se trata de recompensar os montantes do IVA pagos pelas bandas filarmónicas, estamos a trabalhar com as finanças para conseguir apurar esses valores.
No entanto, lancei, em Janeiro, um programa na área da cultura popular - desde já, este ano, com um valor de 100 000 contos e uma inscrição em QCA de 0,5 milhões de contos -, justamente para permitir o financiamento da cultura popular não só na área dos equipamentos e dos instrumentos musicais mas fundamentalmente nessa área.
Este programa terá como objectivos o apoio à actividade do teatro amador, o apoio à investigação e à edição na área da cultura popular e ainda um objectivo que do ponto de vista financeiro será o mais substancial, o apoio a equipamentos, que serão geridos - deixe-me dizer-lhe directamente - pelas delegações regionais, que assumem, pela primeira vez, neste Orçamento para 2000, um enorme saldo orçamental. Permita-me, aliás, que destaque a Delegação Regional do Norte, onde este ano se verifica um aumento de cerca de 60%, e a da região do centro, onde podemos observar um aumento, só em funcionamento, na ordem dos 76%.
A nossa aposta na descentralização tem justamente a ver com o reforçar dos meios da delegação regional, o que se obtém não só com a inscrição orçamental mas também com esses apoios que estão inscritos. Como pode ver pelo orçamento que foi distribuído, a cultura popular, por exemplo, tem 50 000 contos inscritos no fundo de fomento e 50 000 contos na secretaria-geral, de modo a que este seja um programa sólido e permita, também nas bandas filarmónicas, uma renovação dos seus equipamentos.
Por fim, Sr. Deputado Narana Coissoró, fiquei surpreendido que no Teatro Nacional de D. Maria II tivéssemos tido em cena a peça o Rei Leão. Não dei por que tenha estado, nem que tenha estado pouco tempo, nem me parece apropriado, pela sua leitura, que o Rei Leão devesse ter estado no Teatro Nacional de D. Maria II.

O Sr. Narana Coissoró (CDS-PP): - Rei Lear!

O Orador: - Compreendi o equívoco, Sr. Deputado, mas permita-me este pequeno traço de humor.
Em relação ao Teatro Nacional de D. Maria II, gostava apenas de lhe dizer que temos feito um grande esforço, porque reconheço, desde o princípio, que herdámos um grande problema nesse teatro. É um problema complicado e o Sr. Deputado sabe o que está por detrás de toda essa teia que enunciou e caracterizou tão bem.
É, efectivamente, minha intenção, nesta legislatura, reestruturar o Teatro Nacional de D. Maria II, de modo a eliminar, progressivamente, os vários problemas. Mas isso não se faz de um dia para outro; a minha ideia é que isso tem de se fazer com a atenção e o cuidado que merece um teatro nacional.
Gostava sobretudo de dizer ao Sr. Deputado que o Teatro Nacional de D. Maria II está neste momento fechado porque era preciso fazer obras. Não é por outra razão, é porque era preciso fazer obras. E ficamos contentes em ver os grandes actores do Teatro Nacional, actores que são muito respeitados pelo público, a trabalhar noutro sítio. Não é esse, neste momento, o nosso problema fundamental.
O problema fundamental era acabar com o período de programação completamente rapsódica que apresentava o Teatro Nacional em 1995 - e aí, estranhamente, nunca vi o PP preocupado com essa programação -, onde todos os grupos estavam no Teatro Nacional de D. Maria II, de