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30 | II Série GOPOE - Número: 010 | 17 de Novembro de 2005


O senhor não encontra uma única coisa que eu tenha dito diferente disto, tanto nesta sede como por escrito, sempre o disse. Nunca disse que o metro do Porto não é importante. Essa história, segundo a qual, depois, eu mudei de opinião e passei a dizer que é importante, é falsa! E o senhor sabe que é falsa porque tem obrigação de saber o que eu disse lá, no norte.
Julgo que já expliquei uma vez, mas vou tornar a explicar por que é que nessa «reunião de festa», como o senhor diz, e é verdade, em que fui inaugurar uma linha, fui levantar essa questão. É que o senhor não estava lá! Diz-me que estava e, então, tem obrigação de saber que, antes de mim próprio, falou o Sr. Presidente da Metro do Porto.
Ora, o que disse o Sr. Presidente da Metro do Porto? Disse que a linha da Boavista ia avançar, que a linha de Gondomar ia avançar — são as linhas cujo financiamento os senhores tinham suspendido, por boas razões. Disse que essas linhas iam avançar, que as gentes do Porto não suportariam que não se avançasse com as linhas e que sabia que elas iam avançar. Ele fez estas declarações em público e eu tive de dizer que não ia avançar naquelas condições.
O senhor já percebeu o que quero significar quando digo «naquelas condições». O Sr. Deputado quer fazer jogo de palavras? Não! Então, já percebeu que eu quero avançar. Já percebeu? Então, já percebeu que eu próprio estou tão empenhado quanto o senhor em avançar. Já percebeu que quero avançar e que tenho de ter condições sólidas para o fazer. Também, já percebeu! Penso que também percebeu que, antes de o senhor ter tornado a formulá-la, já respondi concretamente à pergunta dizendo que não quero afastar nenhum autarca do Porto. Acho fundamental que os autarcas participem na administração do projecto. Por que é que o senhor está a insistir em que não sabe o que eu quero? Por aí, os senhores não vão lá! Em minha opinião, os senhores, por aí, só se descredibilizam, mas o problema é vosso, não é meu.
Portanto, esta questão fica clara, já a disse muitas vezes.
O Sr. Deputado Eugénio Rosa colocou um conjunto de questões pertinentes a que passo a responder.
Quanto à questão que colocou sobre o projecto de desenvolvimento do metro do Porto, também já disse, mas repito, que, neste momento, tal projecto está a ser elaborado, até com o apoio da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto…

O Sr. Eugénio Rosa (PCP): — Quantos quilómetros?

O Orador: — Não sei. Não vou responder-lhe agora. Sei lá quantos quilómetros! O que posso dizer-lhe, em relação ao metro do Porto, é que o número de quilómetros que tem sido construído por ano corresponde a um projecto que tem saído bastante bem, melhor do que o de Lisboa. Mas não é isso que está em causa.
Em relação ao projecto do metro de Lisboa, ele existe mas, do nosso ponto de vista, está desactualizado, pelo que, neste momento, estamos a revê-lo.
Questionou-me acerca do pagamento das SCUT no futuro. Já falei sobre as SCUT, Sr. Deputado.
Sobre a Ota, vai ser feita uma apresentação no dia 22. Já foi dito inúmeras vezes, por mim próprio e pelo Sr. Primeiro-Ministro, que o projecto da Ota é um projecto no qual entendemos que deve haver uma forte participação do sector privado.
O Sr. Deputado não gosta de parcerias público-privadas. Acho que tem todo o direito…

Protestos do Deputado do PCP Eugénio Rosa.

….mas acho que isso é que é bom. Depois, vamos ver os resultados.
Nos países muito desenvolvidos há muitas parcerias público-privadas. Houve outros em que não existia nenhuma, o que não conduziu a grande fim. Mas deixemos isso.
Quanto ao TGV, perguntou-me se as linhas são auto-sustentadas e já lhe disse que sim.
Vamos dar prioridade precisamente às linhas que são auto-sustentadas, no que diz respeito à sua exploração.

O Sr. Eugénio Rosa (PCP): — Mas é só uma, a linha Lisboa-Porto!

O Orador: — Não! A linha Lisboa-Madrid também é auto-sustentável no que diz respeito à sua exploração, se não incluirmos a totalidade da primeira fase de arranque, se não incluirmos a totalidade dos chamados «custos de passagem», custos de utilização da própria linha, da infra-estrutura. Isto é, a infra-estrutura é construída e, depois, tem de se pagar para usá-la. Em relação a este último aspecto, de início talvez não se consiga recuperar a totalidade dos custos.
No entanto, devo lembrar-lhe que os exemplos que existem nesta matéria são de uma muito larga ultrapassagem das expectativas no que diz respeito ao tráfego gerado pela alta velocidade.

O Sr. Eugénio Rosa (PCP): — Vamos ver a nível da economia!