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desejo do Plenário que a Comissão iniciasse os seus trabalhos imediatamente após a tomada de posse. É este o sentido do ponto 4 da deliberação n.º 10-PL/96. Pela nossa parte, preparamo-nos para dar cumprimento a essa deliberação, sem, de forma alguma - gostava de o sublinhar devidamente -, fazer prejudicar o conteúdo material e a riqueza do debate.
Estamos disponíveis, por isso, para trabalhar em extensão, em intensidade e em qualidade, seguramente não em marcha forçada mas em qualidade.
Isso decorre também das nossas propostas. É que, se propomos que a Assembleia realize colóquios, estamos a propor até que esse trabalho coloquial seja extra funcionamento da Comissão, que represente horas extraordinárias que teremos de trabalhar, seguramente, envolvendo terceiros.
Por outro lado, o PCP também tem uma proposta bastante extensa para ouvir diversas entidades, nomeadamente as Associações Académicas de Lisboa e de Coimbra, a Associação dos Arquitectos Portugueses, a Associação Portuguesa de Economistas, a Federação Nacional dos Sindicatos dos Professores, as estruturas representativas da comunicação social. Esta lista, obviamente, não esgota o elenco de todas as entidades que podemos ouvir, e pressupusemos que esta proposta, apresentada seguramente de boa fé, traria consigo o apport de tempo que isso exigiria por parte desta Comissão.
Portanto, pela nossa parte, daremos todo esse tempo, mas é preciso ir buscá-lo a algum sítio, que tem de se encontrar, concatenando esta actividade com as outras do Parlamento, sendo certo que esta goza de elevada prioridade, dada a natureza das questões aqui em debate.
Uma última reflexão, Sr. Presidente, é esta: não podemos pensar na Comissão apenas como o plenário dos Deputados aqui concentrados hoje e futuramente. Por um lado, temos de pensar nas competências da Mesa, que pode ter um papel muito positivo na realização destes objectivos de ligação com a sociedade civil e de organização do nosso próprio contacto e da nossa agenda e, por outro, temos de pensar, como sempre aconteceu, em deputações, ou seja, em cometermos a grupos de Deputados a tarefa de ouvirem algumas dessas entidades, pois nem sempre o poderemos fazer em plenário, por nem sempre isso ser aconselhável ou possível. No entanto, é necessário e adequado ouvi-las e isso deve ser feito de forma organizada, com o mandato do plenário e com contas prestadas ao plenário, por parte dos que integrarem essas deputações, com relatórios escritos ou gravações decorrentes desses contactos.
Portanto, estamos de acordo com a proposta enunciada pelo Sr. Presidente, e não gostaríamos de sujeitá-la a outras incertezas que não as que decorrem da vida e da morte e das vicissitudes naturais a que todos estamos sujeitos. Assim, dentro dessa incerteza relativa da vida humana, gostaríamos que houvesse certeza e previsibilidade no funcionamento da Comissão, pelo que estamos de acordo com o calendário que o Sr. Presidente enunciou.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Paulo Portas.

O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): - Sr. Presidente, para nós, a revisão constitucional é uma prioridade política. De resto, o processo de revisão foi desencadeado pela apresentação de um projecto de revisão constitucional do CDS-PP, o que, naturalmente, determina que consideramos a revisão de um conjunto de normas dos sistemas político, económico e social decisiva para o avanço político do País.
Nesse sentido, adaptamos a prioridade política à capacidade de trabalho, pelo que estamos genericamente de acordo com uma proposta que venha a trazer para esta Comissão um calendário de reuniões suficientemente forte para poder cumprir-se o que a resolução determina e fazer-se a melhor revisão possível no tempo necessário mas não num tempo excessivamente demorado.
Às vezes podem retirar-se ilações políticas de posições processuais, mas não podemos deixar de constatar com certa ironia que o PCP, para além da longa lista de consultas que pretende fazer, não está excessivamente interessado num calendário forte de reuniões, o que para nós quer dizer que o PCP não está excessivamente interessado numa revisão constitucional. Aliás, sempre o pensámos, e isso também deveria fazer pensar quem não está nesta Sala e deveria estar.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Jorge Ferreira.

O Sr. Jorge Ferreira (CDS-PP): - Sr. Presidente, gostaria apenas de propor uma adenda à lista das entidades que o PCP propõe que se ouçam: faltam lá os clubes de futebol.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado João Amaral.

O Sr. João Amaral (PCP): - Sr. Presidente, parece haver uma maioria que suporta esta proposta, embora tenha ouvido com cuidado o Sr. Deputado Paulo Portas e ele diz que sustenta genericamente, o que é importante para o PSD entender quem é que está aqui genericamente.
Havendo uma grande insistência em que o calendário seja este, não nos opomos e participaremos na medida das nossas possibilidades. Como é evidente, não posso deixar de expressar aquilo que é a realidade do Parlamento para um grupo parlamentar que não tem o número de Deputados que tem o PS. Portanto, tenho o dever de colocar aqui com clareza essa questão, ou, então, isto é só show off. E, se assim é, entendamo-nos, trago uns cartazes, em vez de vir aqui.
Essas dificuldades, que, aliás, o Sr. Deputado Medeiros Ferreira acabou por expor de uma forma tão clara, uma forma que, creio, a bancada do PS não esperaria, resultam de várias coisas: da concorrência de reuniões plenárias e da de reuniões de outras comissões e do conjunto da actividade que é a actividade de um grupo parlamentar. Mas vamos tentar estar sempre presentes, na medida das nossas possibilidades. Faremos esse esforço. Já dissemos que participamos nestes trabalhos e até já acentuámos, quando considerámos que não deveria ser dada esta prioridade à regionalização, que eles devem decorrer normalmente. É esta a nossa opinião.
Portanto, não vemos como uma necessidade fundamental o aumento do número de reuniões plenárias em relação ao das anteriores revisões constitucionais, porque entendemos que isso seria criar um estado anormal que não nos parece dever ser criado com esta revisão constitucional. Mas se entendem que este é o calendário desejável, vamos tentar cumpri-lo.