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consequente perda de qualidade, com a desregulação e falta de controle no reconhecimento e

funcionamento das formações, com a degradação da formação ministrada pelas instituições

públicas, com a perda de identidade e referências formativas e profissionais, e com a carência

de um corpo docente adequado às necessidades quantitativas e qualitativas da formação. De

comum entre todas elas é o reconhecimento da necessidade de a profissão reflectir sobre si

própria e melhorar a regulação do exercício profissional por parte dos seus membros.

Sou contra uma formação de 3 anos, é insuficiente na nossa profissão. Em relação à actual formação, está ainda em rebuliço porque dentro daquilo que é exigido, que são 3 anos, porque é necessária uma grande reformulação dos planos de estudo com vista a alcançar o objectivo que Bolonha propõe, que é uma actividade mais profissional e menos com competências de investigação (…). (Ent. 22)

Eu acho que não há um período igual, na história do Serviço Social, de desregulação da formação como este. (…) É muito curioso fazer a avaliação dos cursos, dos curricula, não só da sua história, da sua emergência. Há um corpo relativamente restrito de escolas que apostam num tronco comum que poderíamos considerar pelo menos identitário da profissão. Acresce ainda a circunstância que há muitas escolas que não têm pessoal qualificado o que obviamente poderia ser explicável pelo desenvolvimento tardio das questões da pós-graduação na própria profissão. Mas o que eu acho mais grave é algumas delas não têm nem sequer estratégias de qualificação para os docentes. (Ent. 23)

Primeiro, falta uma noção clara do que é a profissão. Então, se pegarmos nos cursos mais recentes, isso é claro. Ninguém tem uma ideia do que é Serviço Social nem da evolução histórica do Serviço Social. A primeira grande consequência é que as gerações mais novas estão a perder as referências da profissão. Eu já disse que às vezes a profissão parece que nasce de cogumelos, porque as pessoas não têm uma referência, nem sequer têm uma noção de que a nível planetário a profissão tem mais de 100 anos, mas não aparece em Portugal (…). Para mim isso é a grande lacuna dos cursos todos. A partir daqui a formação começa a ter falhas. Ou seja, se não está presente a evolução histórica e o sentimento histórico da profissão, o resto vai começar a fraquejar. (Ent 27)

O que eu tenho conhecimento é de uma grande formação multidisciplinar, com orientações diversas, sem percebermos muito bem qual é o perfil que se está a formar, com divergências que nós não percebemos muito bem qual a raiz, porque é que surgem aquelas disciplinas, porque é que uns têm uma orientação mais num sentido do que noutro, com a agravante de que neste campo de intervenção começam a surgir outras formações, designadamente a nível de consultadoria, de gestão social, que vai ocupar o mesmo campo, isto para além dos animadores. Isto traz alguma fragmentação, não apenas no campo da formação, mas depois no das profissões. Levanta-se um problema, que os outros países já se estão a confrontar, e que nós nos temos que confrontar também, para alem da questão do perfil profissional. Isso parece-me realmente grave e tem que ser acautelado. (Ent. 29)

As respostas de carácter mais optimista fundamentam-se na exigência e grau de dificuldade

associado ao curso, nas facilidades proporcionadas por Bolonha para progredir na formação

e nas reestruturações e reformulações curriculares que a adequação a Bolonha proporcionou.