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Eu acho que a formação em Serviço Social neste país foi muito exigente, muito prolongada em relação às necessidades que temos no país. Eu acho que se devia ter trabalhado mais na inserção no mercado de trabalho e na afirmação da necessidade do Serviço Social do que tanta teoria, tanta teoria. Se me perguntar, se calhar contra tudo o que os meus colegas vão dizer, eu até acho bem este processo de Bolonha e Mestrado (…). Agora uma pessoa com 3 anos fica perfeitamente apta para fazer um trabalho de Serviço Social normal, atendimento, trabalho de grupo, dinamizar actividades, trabalho comunitário. Depois complementa-se com uma formação em etapas, é um pouco a fórmula americana, a fórmula inglesa, dos países desenvolvidos. (Ent. 23)

Há uma diversidade, mas mesmo na sua essência eles não perderam grandes conteúdos, o que é fundamental. Sim, penso que algumas estão melhores, depois daquilo que se vê na prática, aqui nos estágios. Penso que poderia neste momento ser mais trabalhado o Serviço Social de caso. Aí, penso que talvez se esteja a perder um pouco. (Ent. 28)

Se algum aspecto merece ser retido deste ponto para substanciar a necessidade de criação de

uma Ordem profissional decerto que o mais óbvio consiste na preocupação comummente

demonstrada pelos entrevistados com a qualidade de formação, como uma condição para

um melhor e mais eficaz desempenho da profissão. Acresce que a Ordem permite ainda

contribuir para este objectivo através da organização ou patrocínio de acções de formação

profissional37

, conforme menção expressa na Lei 6/200, em que as Ordens Profissionais se

apresentam como parceiros sociais do Estado e outros organismos na definição da política de

formação.

4. Áreas de intervenção e funções dos assistentes sociais

Quando questionados sobre as áreas de intervenção dos assistentes sociais, verifica-se um

consenso generalizado entre todos os entrevistados acerca da enorme amplitude de áreas

passíveis de serem intervencionadas por profissionais de Serviço Social. Assim, em todas as

respostas, os entrevistados começam por utilizar expressões como: “as áreas de intervenção

são muitas”; “são muitas, várias e variadas”; “é muito abrangente”.

Contudo, dentro deste consenso sobre a amplitude das áreas de intervenção, encontram-se

diferentes tipos de respostas. Algumas destas respostas revelam uma forte intersecção entre

áreas de intervenção, problemas sociais e público-alvo. Podem referir-se as respostas que,

reconhecendo a amplitude dos campos de intervenção, se limitam posteriormente a

especificar algumas áreas de intervenção. Assim, depois de afirmar que é possível o Serviço

Social intervir em todas as áreas, dão-se os exemplos da terceira idade, alcoolismo, educação

37 Esta é uma das atribuições expressamente previstas no artº 4º,1. da Lei 6/2008.