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um “trabalho de gabinete” as funções, para além do contacto directo com utentes,

caracterizam-se mais pelo atendimento, o escutar e apoiar e o trabalho administrativo. Muito

deste trabalho, sempre que as circunstâncias o permitem, é efectuado em equipas

multidisciplinares. Para quem trabalha com idosos, as funções consistem em fazer o

levantamento das necessidades, o reconhecimento comunitário, o acompanhamento

domiciliário. Os exemplos vão-se sucedendo consoante os âmbitos de trabalho.

A área hospitalar é um bocadinho diferente. Aqui a nossa principal função é a ligação entre os doentes e o hospital e a preparação das altas porque realmente aqui é o mais importante, quer dizer o mais importante não é para nós, mas para o hospital, para a instituição, é libertar as camas, é haver rotatividade das camas e não ficarem os doentes internados por motivos sociais. (Ent. 4)

Isto de definir as funções vai depender muito do trabalho que cada Assistente Social vai fazer. No meu caso, existe o trabalho de gabinete que passa por preparar um documento escrito dos pedidos do que é necessário que seja feito em termos de políticas sociais, em termos do acompanhamento, e depois existe o trabalho de atendimento e o trabalho de terreno, que é o acompanhamento aos utentes e familiares. E também o trabalho de equipa com outras instituições. (Ent. 7)

A principal função é o acolhimento, a forma como você acolhe alguém que vem com um problema. É muito importante. Por isso é que nós, naqueles cinco anos aprendemos as técnicas do contacto visual, tudo isso. (Ent. 16)

Tem várias funções nesta área. Depende do contexto, dos termos das políticas, dos termos da própria intervenção, depende das áreas. Penso que em termos de trabalho comunitário, em termos de trabalho de grupo, em termos de acompanhamento, de assessoria, de pareceres técnicos. Eu acho que é muito abrangente em termos de intervenção na área social. (Ent. 28)

As funções dos assistentes sociais suscitaram aos entrevistados algumas posições bastante

críticas, no sentido de colocarem em causa não apenas a postura dos profissionais de Serviço

Social no âmbito dos serviços em que se encontram inseridos, mas também as próprias

políticas sociais que nas suas exigências burocratizadas, reduzem o desempenho dos técnicos

a um trabalho mecanizado de preenchimento de impressos. Ou seja, as funções são

duplamente adulteradas porque, em primeiro lugar, o profissional de Serviço Social é

desviado das competências que a sua formação lhe confere e, em segundo lugar, passa a

fazer um trabalho administrativo e burocrático que é passível de ser desempenhado por

outras profissões.

Veja-se o Rendimento Social de Inserção, o que o Assistente Social faz é estar a preencher a ficha, e a principal função seria a inserção daquela família. A taxa de insucesso do rendimento mínimo tem a ver com a taxa de insucesso da intervenção que o Assistente Social faz, porque não faz o trabalho como deveria fazer, deveria sair de trás da sua secretária e trabalhar na comunidade, inserir a família, fazer os contactos. E depois não é interventivo.