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Com os problemas de exclusão social que temos, o Assistente Social devia ser muito mais interventivo, mas o Assistente Social gosta é de trabalho individual. (Ent. 23)

Isso depende do serviço. Acima de tudo, temos que entender uma coisa: se alguém vem ter connosco, por norma vem em situação de dificuldade. Há que perceber qual é a dificuldade. Nós não podemos ter respostas estandardizadas, temos começar a trabalhar primeiro com as pessoas e construir as respostas com as pessoas. Isso obriga a partir a visão do mundo, porque normalmente o que se diz é “se vamos para a educação devemos ter estas e estas funções”. (Ent 27)

O posicionamento crítico relativamente às funções está patente em respostas que, de uma

forma relativamente clara, denunciam que os profissionais de Serviço Social estão a ser

desconsiderados nas suas competências, nomeadamente porque as suas funções estão a ser

atribuídas a outras formações académicas que, apesar de abordarem o campo social, não o

fazem na perspectiva do Serviço Social. Por outro lado, por exigências várias, os profissionais

de Serviço Social vêem-se na contingência de intervir em áreas que não lhes pertencem,

colocando em causa a eficiência dos seus desempenhos.

Neste momento acho que está acontecer o seguinte: os assistentes sociais desempenham uma profissão para a qual foram preparados mas, em muitos casos, estão a trabalhar em simultâneo com pessoas que não têm formação para tal, ou estão a trabalhar ou a ser coordenados por essas pessoas que não têm formação para tal. Portanto, as funções do Serviço Social estão a ser um bocado desconsideradas. Eu creio que o Serviço Social está a perder o estatuto e está a ser ultrapassado por pessoas que não têm formação para isso. A competência de um Assistente Social é elaborar diagnósticos, intervir, acompanhar. É uma competência do Serviço Social, não das diversas profissões que por diversas razões se apoderaram do trabalho que tem sido desenvolvido pelo Serviço Social. (Ent. 2)

Há situações flagrantes. Nós temos colegas que fazem transporte, que se dedicam ao transporte dos utentes. Temos colegas que fazem de psicólogos dos utentes e muitas vezes dos próprios dirigentes. Não é muitas vezes fácil para eles e já estive também nessa situação. Tu não queres, há quem queira. (Ent. 17)

Estas observações críticas sobre as exigências de trabalho que as instituições fazem aos

profissionais, desviando-os das áreas da sua competência para outras que caberiam a outros

tipos de profissionais ou de funções centrais do exercício da profissão para outras

predominantemente burocráticas, justificam o reconhecimento de uma maior capacidade de

regulação do exercício da profissão pela própria profissão.

Importa ainda sublinhar, no mesmo sentido de reforçar as dimensões de interesse público de

uma Ordem profissional, por um lado, as preocupações expressas quanto à necessidade de

ter uma intervenção abrangente das problemáticas sociais, reconhecendo a complexidade