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Timliaver quem se queixasse do que nós nào dávamos S-este objecto todo o tempo necessário: o Congre-so fará o que entender; mas eu desejo ainda dar alguns eícla^ regimentos aos Srs. Ministros.

O Sr. Mont'Alverne: — Eu pedi a V. Ex."quizeEse .t)úr á votação se a matéria estava sufficicntemente discutida : na minha opinião parece-me que o está; entretanto eu não decido por num , mas desejo que o Congresso decida, se elle disser que não, fico satisfeito com a sua decisão, porque esloii convencido de que fará juetiça. Por tanto nãodesibto do meu requerimento , e rogo a V. Ex." que o ponha á votação.

O Sr. Vice-Piesidente: — Estão inseri ptos para fallar ainda treze Srs. Deputados; entretanto como se paJe que pergunte ao'Congresso se a matéria está discutida vou assim faze-lo; porque -é do meu dever.

O Congresso decidiu negativamente, por 46 votos contra 29 — Teve por tanto a palavra

O Sr. Fianzini:— Depois de uma tão longa discus-'são eu não pediria a palavra, sonão tivesse que chá mar aattenção sobre um ponto quoainda senão tocou. Mão entrarei pois na questão principal da utilidade do contracto, ainda que estou persuadido, que o melhoramento desta estrada que já existe, é mais um objecto de luxo do que -de necessidade, porque sendo dirigida quasi ao longo da Costa de Portugal, pouco poderá ixugmenlar, c accrescentar a facilidade do transporte dos géneros, que mui to-melhor se consegue _por meio de navegação. Quanto mais útil seria, por exemplo, fazer uma estrada que deCoimbra-facilitasse o transporte de géneros até á Figueira,? O mesmo se pôde di-•fet em relação a Aveiro, e a muitos outros pontos do interior do Remo: abrindo fáceis com municações até aonde começa a navegação. Entretanto a estrada principal de que tracta o contracto já existe, e é tal vez-uma «Jas melhores, entre as muito más que temos, pois que assim se podem todas qualificar: por.conseguinte o òmprezario deve limitar cê necessariamente a aperfeiçoar esta estrada, já existente, e a conserva-la; e para este fim estabelecem-se direitos de barreiras. Apesar pois de suppôr que desta empreza não resultará uma gran-d-e utilidade para as com municações interiores do Reino , que entre Lisboa e Porto já temos por mar, sem-pie me inclinarei a approva-lo, afim de ver começar entro nós estas emprezas. Com pesar devo notar que as nos-'a9 associações nacionaes nada farão sobre este importante objecto, pois ainda o anno passado vimos formar-se uma Companhia dos no-sos maiores Capitalistas cujo objecto era arranjar as estradas dos contornos de Lisboa, e tudo ficou «m nada!

Agora faltando a respeito da collocaçâo das barrei-Vdí, não posso deixar de fazer uma reflecção a respeito «Ia grandeza da legoa de que falia o contracto. NID-£iiem reparou na qualidade de medida de que usa o empresário, a saber: a legoa de 2:000 toesai, medida que foisiibttitiiida em França pelo metro. —Ora uma !?goa marítima de 20 ao grão coutem 2:863 toesas, e «ima legoa de uma hora de caminho, ou de 25 ao grão, contem 2:280 loesaí, ou2.025 braças, pelo que dúendo o empresário que estabelecerá a primeira bar-ieira a 4 legoas de distancia da Capital, fique-se entendendo que na realidade essa distancia será de 2 le-£008 e quatro quintas marítimas, ou pouco mais de 2 Jegoas e meia Poi lu^uczai de 18 ao gráo, e não sejamos ilIlididos com as quatro legoas, de que falia o eontracto.

Por tanto se for ainda tempo de fazer alguma modificação nesta parle do contracto, bom seria q«e se fizesse; pedindo ao empresário que substitua as toesas por braça», e que adopte a légua marítima de 2:525 braças para regular os intervalo* das barreiras, até mesmo para que não n p pá r era a inconveniência, de que n'um contracto celebrado em Portugal se me de uma medida , que além de estrangeira , já nào existe.

Terminarei dizendo que upesar de estur convencido que esta Empresa não c certamente das mais vantajosas, com tudo o desejo de ver que comece a ver-se cm Portugal o bom effeito do espirito dissociação, me inclina a npprovur o contracto; porem muito desejaria que se obtivesse do empresaiio a modificação na gran-ilet-a da legoa por elle adoptada , e que substituísse a nossa bniça Portiigueza , á extincts toesa Frunceza.

O Sr. Vice Presidente: — O Sr. Leonel pedio a palavra sobre a ordem ; e eu peço lhe que n restrinjn rigorosamente á 01 deni; se acha que essa foi perturbada.

O Sr. Leonel: — Eu pedi a palavra sobre a ordem, mas o 8r. Deputado que acabou de fallar; parece-me

O Sr. Presidente : —Nào senhor, foi sobre a rnate-í;a.

O Sr. Leonel: — Pois então, Sr. Presidente, declaro que tenho que responder ao Sr. Deputado: ti Sr. Deputado oppòz-se a que a maleiia fosse julgada dis-rniida, porquo elle queria fallar antes de 13 ou 14 Deputados que tem a palavra j não obstante isso eu tenho que responder ao Sr. Deputado, e mostrar-lhe que elle não vio a matéria com exactida'o; e então peço a V. Ei.a me inscreva ; e se não julgue a matéria surjicien-te.riente discutida, «em faltarem estes 14 Srs. Dcputa-tlo.s, que faltam.

O tif. Frnnziui: — Seria bom, como é paru explicação , que o Sr. Deputado ma desse já; porque depois de terem faltado 14 Srs. Deputados, talvez me não lembre....

• O Sr. Lieonel: — Sr. Presidente- o Sr. Depurado fez uma conta de maneira que disse, que a primeira kineira ha de lic.ir a duas legoas da Cidade; mas ó Sr.

o não reparou

O Sr. Paulo Mídosi:—- Sr. Presidente, forçosa' mente hei de repetir a maior parte das cousas que se tem dito n'estn questão, porque a matéria é pei si estéril. As duvidas que se apresentaram hoje são as mesmas que Ee tem apresentado em toda a discussão, e declaro que só duas me fizeram peso, porém não são ellas motivo sufficiente para eu deixar d'npprova; o Contracto. Quando este mesmo Contracto pela pri meira vez appareçeo no Ministério do Reino se tive

São dois, como jádisse, os objectos que me fizeram mais algum peso: o primeiro é a das expropriações um illustre Deputado cuja opinião respeito muito fc quem apresentou esta duvida, e que forçosamente devi; fazer peso na Assembléa: essas expropriações todavia não são tamanhas como parecem; eu lembro me de ter visto um cálculo da estrada, e da sua direcção poi Villa Nova passando por Sacavem, e segundo vi en tão era muito pouca cousa: não me lembra bem mas estou certo que se tinha avaliado entre 30 o 40 contos de réis; ora estes 30 ou 40 contos de réis estou convencido, que agora hào de ser redusidos talvez a 20: porque as fazendas por onde esta estrada passar hão de lucrar-nada menos de 25 porcento, porque ella lhes vai oflferecer meios de communicaçào , e mais facilidade em exportarem os seus géneros, e os fazendeiros que são obrigados a ter agora 10 ou 12 animaes de carga para condusirem 01 «eus géneros quando tiverem a estrada feita, não precisarão te niaia que 3, que pucharão carros e carretas, evites iu tôressarào «ntào nada menos que dois terços da dês

pe?a. Ora sendo pequenas as expropriações, e grand .s em duvida para eu deixar d'approvar o Contracto,

as vantagens, não entro

segunda objecção é o facto dos carros, cujas rodai te diz Iiào de ser mudados d'amn, a um anuo. Nisto ha engano, porque quando principia a correr ô anno, é depois dos três annoa em que et f ver a estrada feita; e quaes sào as rodas do carro que possam durar quatro annog? Nenhum : então já' se vê qua d'aqui não resulta inconveniente nenhum, além de que a e m pré za dá 30 e tantos carros para se destnbuirem , além de prémios- para os que os construírem tegundo os mo dellos.

Vamos agora a outros argumentos principaes, que se tem apresentado1: um d'elles foi relativamente do prazo dos trinta e cinco annos; declaro que não uclio muito pesado este tempo; mormente quando considero que em Inglaterra vi eu, que ha uma estrada que corta pela Cidade de Londres, e que se deu aos eiupreza-rios noventa e nove annos de privilegio, e outra obra de empreza em França, a ponie chamada dês Ari», deu-se 80 ânimos aos empresários. Entre tanto na Inglaterra e na França, aonde ha (.em duvida maior numero de e m presa rios, e onde tjes em preza» prosperam, ninguém clama contra os lucros delias, nem contra a duração de taes prazos, quando se reconhece a utilidade geral. Mas diz-se tios vamos gravar a geração futura com um ónus; lembre-se o Congresso que ainda outro dia deu um voto decpnfunça, que vai gravar a geração futura comumonns improductivo. Esse sim, esse imposto è que tem que pagar «geração futura, sem proveito algum seu; mas deste hade tirar todo o par-tjdo, que" «m seu beneficio resulta desta obra.

Apressntou-se lambem «ma idéa pelo lado das garantias, que se julgara insufticienies. Eu direi que estou admirado que o empresário nos não peça a nós garantias; desde seu principio disse, esses doze contos de réis não vale cousa nenhuma; comparados com grandeza da obra; o artigo é uma eserescença, em proveito de um estabelecimento Pio, mas de nada vale. Um illustre Deputado disse que não estaria pelo prazo de Ires annos para se completar a obra, porque lhe parecia baítantemente cumprido. Eu não sei que tào diversos e grandes trabalhos se possam fazer em menos de três annos: uma estrada que hade ser toda mac-adamesada, salvo mui poucos lances de estrada, deve consumir bastante tempo. Por esse lado não me fica a mim nem a mais pequena duvida.

Agora relativamente ás barreiras alguns Srs. Deputados tem mostrado certamente um zelo muitíssimo louvável, e tem rasão de pugnar pelos mterestes d'aquel-les povos queelles representam maisimniedMUmerjte; mas se por ventura se admitisse suas reclamações, todos os outros Srs. Deputados, as deveriam similriaute-mente lazer a favor dos círculos por ond« foram efei-

tos;" estão rcclartlaçô^Ç .fjriím por f;m ci:e n"o houvessem barreiros, e por confeguinte que n-ao houvesse estrada para o Porto; nçrn as pontes que se prometttm no Contracto. Pezados es inconvenientes e as vantagens, e ninguém impugnando a,'utilidade, uào entro em duvida em votnr pelo Contracto.

O.Sr. Fernandes ThOma.i: — Sr. Presidente: Eu tenho unicamente adi^er duas palavra?; a mJtena está perfeitamente esgotada, e não ha mai;: que accrea-centar; porém sou obrigado a fazer uma declaração, por isso mesmo que nssignei a emenda, lembrança, ou eomo lhe queiram chamar, que o Sr. Deputado Barjona fez, e mandou par.i a Mesa. Sr. Presidente, nós estamos n'uma posição muitíssimo singular, e não pouco critica ; porque á mais pequena observação que se fizer contra o Contracto; á mais pequena duvida que se vá pôr a qualquer de seus artigos, vem logo em resposta o corolário fatal = ntti quer estradas: aflaihtma lit. = E é assim , Sr. Presidente, porque o homem que no século desenove não quer estradas, ma-xime em Portugal, onde ellas são desgraçadamente como nós sabemos, esse homem, dÍ£(oeu, é antili-beral, é bárbaro, é vândalo; mas en não quero si-milhantes nomes, porque ussignei a declaração do Sr. Deputado Barjona." Assignei-a; mas não me oppuz. nem opporei ao contracto. Ninguém tem mais desejo» que hajam no nosso Paiz boas estradas, do que eu: nUso não cedo nos meus l Ilustres Collegas, nem a Portuguez algum. Agora Sr. Presidente, a declaração do Sr. Barjona, e que eu e outros Srs. assignamos, k verdadeiramente uma supplica que fizemos ao Governo, para que por meio de seus Commissarios faça todo o possível para que a barreira, que se pertencia pôr entre Coudeixa e Coimbra, se colloque á quem daquel-le povo E isto é de justiça, e de rasão, embora o que «e tem dito em sentido contrario. Condeixa, Sr. Presidente, pertence ao Concelho de Coimbra, paga tributos para ejle, e estabelecer uma barreira entrenós e outra terra, équasi tão injusto, como se posess» um direito da barreira no meio d« uma Povoação. Demais, o contracto não diz positivamente que ha dês haver barreira entre uma e outra terra; diz que nào podará haver a menos de légua e meia de Coimbra, o que nào exclue, que nào seja .a mais. Eu considero o tributo como muito lesivo, não tanto no Povo de Coimbra, como no de Condeixa. A'quella pobre geme que vem á Cidade com a sua carga de pão, ou outros géneros, pagar um vintém, é um tributo pesadíssimo , porque é diário, e no fim do anno augmen-U a inuitt». Disse se que muito utilisavam com a estrada, e eu respondo , que sào os que rueuos utilisam. parque pagão, e pura o seu género de transportes é muito boa a estrada que está; não p-jrcisam de a ter melhorada. Concluirei para não tomar mais tempo á Assemblea, rapetinJo a me-ma .declaração, de que me nào opponho ao contracto, por ter assignado a' supplica do Sr. Barjona.

O Sr. Barão da Ribeira de Sabrosa: — Sr. Presidente. Eu approvo o Contracto, nem podia deixar de o approvar, depois de ter votado por elle t)a ultima Sessão Jas Cortes passadas. Approvo o Contraoío, St. Presidente, porque delle espero vantagens para o Com-mercio: porque delle espero vantagens pata a cxvUir sacão; e porque deIJe espero-vantagens para a policia e segurança publica. Para o Commercio, Sr. Presii dente, porque nós não tecfios Commercio interior por falta de boas estradas; em qiiantp os cereaes se bara-team no Aléintejo, tem alto preço n'outc«s Províncias. Pira a civilisaçâo, por isso -que, Sr. Presidente, en* Portugal toda agente foge de viajar: primeiro porque talvee cm mRto Fnit se nào encontrem aquellaa maravilhas que se admirão em outro1) Paizes; IJKIÍ ' também fogem Vdqui, Sr. Presidente, pala idéa que:-formam os Estrangeiros de que eritre nó» nào se p

Em 1826 e 27 andou por ahí um Ingle?. fingindo que viajava, e foi para Inglaterra/ djizer, q-je em Lisboa não haviu flores, que os Portoguezes não usavam de garfo, e que em Portugal todas ns besta» munrôs se. chamavam frngutas; isto porque elle foi a cavallo em uma a\ula, a quem o arneiro assim deneminav'av S. Exc.* que foi estudanta sabe, que todos os arriei-' ros dão um nome particular ás mnlas que conduze-oi, e como o tal escriptor nào sabia psrtuguez, intendeu que era nome geral.