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que tal quantia não pôde affugentar ninguém , que deseje entrar para essa escola.

Demais lenho uma outra razão para que se exija o pagamento da matricula, porque nos licêos, na Universidade, e em toda a parte, onde ha escolas, ha estas matriculas, e porque as não ha-de haver na escola veterinária? É demais a rnais uma matricula tão pequena de mil reis. Eu voto pois pelo artigo e não posso concordar com a eliminação proposta , e ainda por outra razão mais este estabelecimento c' novo, apezar de já estar creado; com tudo a sua reorganização importa uma alteração muito proveitosa para a scíencia, e por consequência os fruclos deste estabelecimento vão colhe-los immediaiamenle todos os que se matricularem , porque vão a &cr empregados logo, porque estou persuadido que todos aquelles, que sahirem appro-vados desta escola, hâo-de ser logo rernettidos para os corpos.

O Sr. /. M. Grande: —Sr. Presidente, eu opino no mesmo sentido, que o Sr. Fonseca Magalhães.— Se aceso esta escola não fosse, como e meramente militar, eu concordaria com o Sr. Deputado, que me precedeu. — Nós o que devemos querer é que a esta escola venha estudar o maior numero cTindividuos possível, e isto a fim de que resultem vantagens á agricultura, e neste caso nós devemos facilitar quanto possível este estudo.— (apoiado.)

É preciso notar que aqui não ha só os mil réis da matricula, tem mais duzentos reis de emolumentos, e tem alem disto acarta geral d'exarne; de modo que tudo isto não deixa de ser alguma cousa pé-xado, o que sem duvida ha-de obstar a que muitos indivíduos venham frequentar este estudo, que tão preciso e', a firn de que se generalise entre nós a nrte de curar os animaes.—-Entendo pois, que devemos cortar este ónus, que lhe impõe este parágrafo, para que demos a esta arte a maior latitude possivel.

O Sr. Fonseca Magalhães: — Sr. Presidente, se a ílluslre com missão proposesse um prémio, um incentivo, para todos os indivíduos, que se destinassem a entrar neste estabelecimento, poderia contar com a minha approvação. (apoiado) — Eu não digo que seja muito pesada a despesa, a que são obrigados os alumnos, pelas ultimas disposições do parágrafo ; o que digo e', que este estabelecimento piecisa concorrência, porque ha uma certa;... não sei se diga aversão, ou antipathia, ou não sei se despreso, ou em fim o quer que seja, em ir para alli, e' necessário pois que se facilite este estudo, e que nelle se offereçam vantagens.

E* necessário que se generalise a arte de curar os animaes, arte esta que nunca existiu entre nós, e que tanto necessário e' ú agricultura, e por isso, e para isso e' que se forma este estabelecimento: estabelecimento para o qual devemos pôr os menos tropeços possíveis aos indivíduos, que para ellequiserem ir.

Um lavrador que queira para aqui mandar estudar um seu filho, se vir que alem da despesa para a sustentação, e rnais objectos necessários, tem esta despesa aqui exigida, não se affoutará muito a manda-lo cá: o Sr. Deputado sabe muito bem, que as contas de arithmetica das aldeãs, as contas dos pobres são muito escacas, um crusado novo nas SESSÃO N.° 12.

aldeãs vale o mcârno, que muitas moedas nas grandes cidades entre gente, que tem maiores bens de fortuna — Por tanto demos como prémio , ou como incentivo para os alumnos, que se disponham a frequentar esse estabelecimento, a dispensa d'uma somma, que e pequena para o Governo, e grande para os indivíduos sobre quem ella tem de recair. (apoiado)

O Sr. Alves Martins: —Sr. Presidente, isto não e' objecto de grande questão — Tirar, ou deixar de tirar da lei esta verba de 1^000 rs. não merece questão, mas eu declaro, que não posso conformar-me com a eliminação da verba. Diz-se que se deve supprimir esta verba para que tenha logar a concorrência : pois eu tenho a experiência de bastantes a n rios que me ensina , que não são estas despesas, que evita a concorrência, o que a evita e a falta de vantagens, que se offerecem aos que frequentam qualquer ramo d'ensino — Antigamente pagava-se na universidade 6JÍ400 rs. de matricula, pela reforma de 1836 foi elevada á quantia de 12$000 rs., e apesar de se sobrecarregar a matricula, nem por isso diminuiu a concorrência á univer-dade , antes pelo contrario augmentou mais.

Nos licêos pagava-se 4^800 rs. de matricula, gritou-se, que era muito, e que isto fazia com que não se frequentassem tanto, como seria se a matricula não fosse tão pesada ; não e'de se pagar mais ou menos, que resulta a concorrência a este ouáquelle ramo d*ensino, e sim, como já disse, das vantagens, ou desvantagens, que se apresentam aosque estudam tal, ou tal sciencia ; por exemplo de que serve o estudar na escola" polythechnica do Porto, ou Lisboa se o estudante, que alli estuda, depois de ter concluído o curso, e cançado de estudar não tira outra alguma vantagem , senão a de ter aprendido, pois qne elle vê nomearem-se para os empregos homens, que não sabem nem o latim, e que não teem as habilitações necessárias para isso. O caso todo pois está nas vantagens, que offerece o estabelecimento; não e a despesa de mais ou menos 1^000 rs. , que ha-de influir; e demais ha-de dispensar-se de se pagarem estes 1$000 rs. para ir toda a despesa recair sobre o thesouro ? Não está elle tão rico, que possa estar de dia para dia su-geito a novas despesas: estes 1^000 rs. que parecerá não ser nada , para o estabelecimento e alguma cousa que serve para o seu costeamento.

Não vejo pois rasão , que me convença, que se dê a este estabelecimento uma excepção, que senão dá a respeito de todos os outros eslabelecimentos scienlificos , que ha em Portugal. Voto pois pelo parágrafo tal como está, porque uma vez que o estabelecimento offerece vantagens aos que o frequentarem , não é muito penoso o obrigar-se o alumno a pagar 1$000 rs. de matricula, essa despesa fica recompensada com as vantagens, que depois hâo-de tirar os alumnos; senão querem que paguem 1$000 rs. fique isso em 500 rs.: que paguem alguma cousa , e que não se faça a excepção que se pertende.

O Sr. Miranda: —Parece-me, que se tem dicto já de mais sobre esta questão.