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24 Diário da Câmara dos Deputados

liberdade de António Teles de Vasconcelos.

Se o Govêrno assim não fizer, o Govêrno exerce violências que amanhã o prejudicam.

Se amanhã eu exercer qualquer violência contra o Govêrno, êle não se pode queixar, porque perdeu a autoridade moral para o fazer.

Estão no Govêrno homens que eu não conheço, mas a quem faço a justiça de acreditar que são homens de brio, Deputados que prezam a sua dignidade.

É para êsses homens que eu. apelo, não como membros do Govêrno, mas como Deputados. É para os Deputados da Nação que ocupam as cadeiras do Poder que eu me dirijo a dizer-lhes: - Os senhores ou põem em liberdade o Deputado da Nação, Sr. António Teles de Vasconcelos, ou são réus de um crime de ilegalidade de que ninguêm, absolutamente ninguêm, os pode absolver!

Vou terminar, Sr. Presidente. Não creia V. Exa. nem a Câmara que no calor com que eu fiz as minhas considerações, haja violência, expressão de má vontade ou desejo de criar dificuldades ao Govêrno.

Não; há apenas a expressão do meu temperamento, pois eu, em geral, não sei falar com aquela serenidade de espírito que a maioria dos meus colegas tem. Eu tenho do dar saída à exuberância do meu temperamento e não estranhem por conseguinte V. Exa. o ardor das minhas palavras. Digo as cousas com vigor, sem má vontade, pois não albergo ódios no meu peito.

Fiz o meu discurso com a serenidade que me caracteriza e nele faço a reclamação veemente ao Govêrno em nome da sua dignidade, do seu prestígio, para pôr imediatamente em liberdade o Sr. António Teles do Vasconcelos, dando-lhe como homenagem a cidade.

Êle não fugirá! (Apoiados).

Ao findar, digo o que há pouco observei: tenho a certeza de que nenhum membro desta Câmara deixará de acompanhar o meu podido, porque pode amanhã ver-se na situação injustificável do Sr. Teles de Vasconcelos.

Solte-se imediatamente o Deputado da Nação, Sr. António Teles de Vasconcelos, que está preso som acusarão, sem provas e sem elemento nenhum que nos levo a crer na sua culpa! (Apoiados).

Tenho dito.

Vozes: - Muito bom.

O orador não reviu.

Lida na Mesa a moção, foi admitida.

O Sr. Almeida Pires: - Sr. Presidenta: envio para a Mesa a seguinte

Moção

A Câmara considerando que o Govêrno na prisão do Deputado Teles do Vasconcelos cumpriu integralmente a lei. e confiando em que oportunamente trará à Câmara as provas que motivaram tal prisão, vota o pedido do licença e continua na ordem do dia. - Almeida Pires

Já o outro de defini a atitude da maioria perante o melindroso caso que todos chamamos "Teles do Vasconcelos".

Entendia, Sr. Presidente, não ser necessário voltar ao assunto, mas visto que o Sr. António Cabral novamente hoje o abordou, tambêm eu, não só por consideração para com S. Exa. mas para que se não diga que esto lado da Câmara procede levianamente, vou tambêm fazer mais algumas considerações.

Disso o Sr. António Cabral que não é homem para fazer discursos e eu, Sr. Presidente, tenho a fazer a seguinte declaração: sou um rude transmontano que tenho por hábito dizer com lialdade o franqueza o que sinto, penso e quero. E com esta rodeza e franqueza eu afirmo a V. Exa. e à Câmara que quando o outro dia o ilustre leader da minoria monárquica levantou o incidente, colocou inteligentemente a questão. Foi partindo do princípio que êsse caso ora por assim dizer considerado uma questão morta que as poucas considerações fiz então. Forçam-me novamente a usar da palavra e som querer alongar-mo em considerações, devo, contudo, dizer que estas bojo não poderão seu tam resumidas como foram na outra sessão.

O Sr. Aires de Ornelas lamentando, como todos nós lamentamos, a prazo do nosso camarada Sr. Teles de Vasconcelos, declarou que, em sou entender, e no seu espírito, seria mais agradável que o Govftrno trouxesse à Câmara as provas