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Sessão de 7 de Fevereiro de 1919 5

entre católicos, protestantes, monárquicos, republicanos, socialistas e sindicalistas.

E agora que terminou a guerra e que o poderio germânico foi completamente aniquilado, lícito é supor que essa coesão se mantenha entre os partidos políticos, a fim de que todos possam contribuir para o progresso do seu país.

Creio bem que tolos se compenetrarão dessa necessidade, nem doutra forma se poderá conseguir o desenvolvimento da nossa actividade produtora e a solução dos encargos financeiros a que a nossa participação na guerra nos conduzia.

Nós vemos como as nações aliadas se estão preparando para a luta económica que vai seguir-se à realização da paz e como a Alemanha, país pobre o sem recursos antes de 1870, se transformou numa das nações mais ricas do Universo, não só pelo desenvolvimento do seu comércio e indústria, mas também pela organização do seu ensino agrícola.

Um chanceler alemão disse um dia no seu Parlamento: "Sem a nossa indústria, há muito estaríamos vencidos".

E, de facto, se a indústria alemã não tivesse atingido o grau de perfeição a que chegou, se não fôsse a sua poderosa artilharia, nunca a Alemanha teria tido a audácia de invadir a Bélgica o a França, defrontando-se com os exércitos de quási todas as potências da Europa e ainda com os dos Estados Unidos.

Mas a Alemanha não descurou também a sua agricultura e, assim; ela conseguiu resistir a um apertado bloqueio, durante quatro anos, tendo ainda reservas suficientes que lhe permitiam continuar a sua campanha de inverno, se proventura não tivessem terminado as hostilidades.

Melhorando os seus processos de cultura, valorizando os seu terrenos incultos e pouco férteis e restringindo a emigração que então se fazia em grande escala para a América do Norte, a Alemanha conseguiu obter uma colheita de 28 1/2 quintais de sementes de cereal por hectare, quando a França nunca passou de 11 quintais.

A organização do seu ensino agrícola é simplesmente modelar e compreende três graus:

O ensino superior é feito com oito Universidades com laboratórios e institutos anexos onde se estudam todas as sciências acessórias que constituem o curso de agronomia, hoje um dos mais vastos e complexos.

O ensino secundário é cursado em vinte e duas escolas dotadas de todo o material técnico indispensável e o ensino primário em cinquenta e cinco escolas, onde os alunos estudam os primeiros rudimentos de agronomia, completando a sua educação nas chamadas Escolas de Adultos, que são em número de duas mil, espalhadas pelo vasto território do ex-império germânico.

Além dêstes estabelecimentos de ensino, há ainda na Alemanha estações agronómicas, que são verdadeiros campos de investigação scientifica onde se faz a selecção de espécies novas de cereais e onde se estudam as condições climatéricas e telúricas mais propícias à germinação dessas sementes. E só depois de feito o estudo completo dessas espécies de cereais é que as sementes são fornecidas aos agricultores.

Dêste modo compreende-se que se obtenham grandes colheitas e que a agricultura faça verdadeiros progressos.

Das escolas e estações agronómicas, a que me referi, destacam constantemente numerosos professores que vão pelos campos, em missão de estudo, difundir o ensino das principais práticas agrícolas.

A Holanda, Bélgica, Dinamarca e a Inglaterra acompanham mais ou menos a Alemanha nesses progressos.

Na América e na Itália também se faz a vulgarização do ensino agrícola por meio do palestras e demonstrações práticas nos campos.

A França, porém, está bastante atrasada a êste respeito.

O ensino agrícola compreende também três graus:

O ensino superior é feito no Instituto Agronómico.

O ensino secundário nas escolas de Grignon, Montpelier e Rennes e o ensino primário em quarenta e quatro escolas, das quais a de Nancy serve de modelo.

O ensino agrícola em França não tem merecido do Govêrno a atenção que seria para desejar o a isso se deve a relativa inferioridade produtiva do solo francês, não obstante a riqueza dos seus adubos.

A França possui os fosfatos da Algéria e Tunísia, os nitratos da Noruega e as ricas minas de potássio da Alsácia, que