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Sessão de 7 de Fevereiro de 1919 7

nómicas não permitem grandes despesas, limita, por emquanto, a sua acção à instalação de sete escolas, que são as do Pôrto, Vidago, Tomar, Caldas da Rainha, Beja e Faro.

Em cada uma dessas escolas há dois agrónomos encarregados de promover a difusão de ensino agrícola pelos centros rurais, percorrendo a sua área em missões que durarão cento e oitenta dias por ano.

Ora vejamos como é possível realizar só com seis agrónomos ou mesmo com doze a vulgarização das modernas práticas agrícolas. Compondo-se os dezassete distritos administrativos do país de duzentos e sessenta e quatro concelhos, terá cada agrónomo de percorrer quarenta e quatro concelhos ou vinte e dois, se porventura êsse serviço se desdobra pelos dois agrónomos de cada escola.

Na melhor das hipóteses, cada agrónomo terá de percorrer cada concelho numa semana para poder completar o seu serviço de propaganda no prazo indicado na lei - o que é inteiramente impossível - além disso a zona do Pôrto compreende as províncias de Minho e Douro, que são compostas de sessenta e três concelhos ou sejam 13:500 quilómetros. Levaria anos a percorrer essa zona nessas missões de estudos. Sendo essas lições práticas feitas nas freguesias e havendo no país 3:785 freguesias, Aquando teriam os doze agrónomos completado êsse longo percurso na sua missão de ensino?

Não vejo, pois, vantagem alguma nessa dinamização de ensino agrícola em doses infinitamente pequenas. Melhor seria, instituir, pelo menos, uma escola prática de agricultura em cada distrito, onde se pudesse recrutar pessoal técnico habilitado, que espalhado pelas diferentes localidades da sua área, pusesse em prática os conhecimentos adquiridos na escola e fizesse ver as vantagens dos modernos processos agrícolas.

Dêste modo poderiam obter-se, sem dúvida, colheitas mais abundantes.

Portugal tem apenas 17 a 18 por cento de terrenos incultos, cias susceptíveis de produção, segundo diz o distinto agrónomo, Sr. Júlio Eduardo dos Santos: mas como são aproveitados os terrenos restantes só é sabido que a rotina predomina como sistema geralmente seguido nas principais regiões agrícolas do país?

O nosso agricultor, em geral, não se preocupa com a análise dos seus terrenos. Ou emprega os adubos indistintamente ou deixa à terra o cuidado de fornecer à planta os elementos necessários para o seu desenvimento.

Um país essencialmente agrícola como o nosso, necessita, indiscutivelmente, de agrónomos e regentes agrícolas que se encarreguem da direcção das suas lavouras. Não podemos preocupar-nos com economias quando se trata dum assunto do maior interêsse, como é êste da agricultura, de que depende essencialmente o nosso progresso económico.

Vozes: - Muito bem.

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Presidente: - Participo que há já número suficiente para deliberações.

O Sr. Melo Vieira: - Manda para a Mesa um projecto de lei.

O Sr. Vicente de Freitas: - Manda para a Mesa um projecto de lei.

O Sr. Fidelino de Figueiredo: - Sr. Presidente: como Deputado desejo dar a nota da alta consideração que tenho pelo professorado primário português e do reconhecimento que possuo da justiça que lhe assiste para uma melhoria de situação, mormente quando melhoria já se fez a favor do professorado secundário o superior. Tenho pôr isso a honra de mandar para a Mesa um projecto de lei modificando a tabela de vencimentos dêsse professorado primário.

Mando mais para a Mesa um requerimento, alguns projectos de lei e uma nota de interpelação ao Sr. Ministro da Instrução, que, por simples portaria, servindo rivalidades pessoais, se permitiu contrariar o disposto no artigo duma lei e noutro dum regulamento.

Os projectos de lei que envio para a Mesa, como todos os que já tenho enviado e outros que tenciono enviar, atestam a minha vontade de sinceramente cooperar nos trabalhos da Câmara.

Tendem êles a servir necessidades imediatas do serviço público, com espirito de realidade e não em fantasias inverosímeis. Assim, um tem por fim abrir o crédito necessário para a compra da livraria que