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12 Diário da Câmara dos Deputados

facção política que governa é a democrática.

Era governador civil o major José Marcelino Carrilho, republicano de sempre e um dos revolucionários de 31 de Janeiro; pois os chamados republicanos históricos de tudo lançaram mão, sem a mais leve consideração por aquele funcionário, sob pretexto da defesa da República, quando nós, sidonistas, somos tanto ou mais capazes de a defender do que êles.

Vou citar, para exemplo do que se passa, um facto que se deu em Viana do Alentejo. Era administrador do concelho o Sr. Júlio Ferrão, republicano do sem pré, aliadófilo convicto, que, quando rebentou a guerra da França com a Alemanha, partiu a pé para França a encorporar-se na legião estrangeira; mas, Sr. Presidente, apesar de todas estas qualidades, tem um grande defeito, é sidonista, e tanto assim é, que há dias foi expulso dêsse concelho, tendo de se defender a tiro. Actualmente está à fronte da administração o chefe democrático local.

Muito mais tinha a dizer, mas sou o primeiro a reconhecer que o momento não é oportuno, o se fui tam longe nas minhas considerações é porque à minha consciência do homem livre repugnam tais factos.

Aproveito a ocasião de estar com a palavra para mandar para a Mesa um projecto de lei esclarecendo a lei de 23 de Julho de 1912.

Tenho dito.

O Sr. Almeida Pires: - Sr. Presidente: no outro dia pedi a palavra para quando estivesse presente o Sr. Ministro da Guerra ou o Sr. Presidente do Ministério, mas S. Exas. não apareceram.

Como o assunto não se compadece com demoras e está presente o Sr. Ministro da Marinha, peço a S. Exa. que comunique aos seus colegas as considerações que vou fazer.

Ante-ontem a Câmara dos Deputados espanhola, apreciando os acontecimentos que se estão desenrolando no nosso país e os manejos traiçoeiros e vis a que os revoltosos monárquicos se entregam na nação vizinha, pretendendo montar ali o seu campo de operações, à semelhança do que lhes sucedeu por ocasião das incursões couceiristas, fez uma saudação à República Portuguesa, com a declaração expressa de que as instituições republicanas são as únicas vigentes em Portugal e só a estas o Govêrno da Espanha devia reconhecer.

Mais uma vez a nação irmã, pela voz dos seus representantes, nos deu uma demonstração do seu afecto e amizade, à qual se associou o Sr. Conde de Romanones, como chefe do Govêrno espanhol. - Nesta ordem de considerações, houve um Deputado que apresentou uma moção, que foi aprovada por unanimidade.

O Parlamento Português ou, melhor, a Câmara dos Deputados, visto que apenas nela estamos faiando, não pode ficar indiferente perante essa prova de solidariedade e simpatia, pôsto represente uma obra de justiça. Assim, vou enviar para a Mesa uma moção que me parece interpreta o sentir de toda a Câmara, redigida nos seguintes termos:

Moção

A Câmara dos Deputados saúda a sua similar espanhola pela atitude digna que assumiu em face dos manejos dos monárquicos portugueses. - Almeida Pires.

Como estou no uso da palavra, desejo chamar a atenção do Govêrno para os manejos dos revoltosos monárquicos em Espanha e para a campanha vil que vários jornais espanhóis, a soldo dos mesmos revoltosos, estão fazendo.

A par de vária imprensa que diz unicamente a verdade sôbre os acontecimentos que se estão desenrolando no nosso país, outra há que apenas publica notícias fantásticas, absolutamente falsas, que muito podem prejudicar as operações a que se está procedendo no norte, tanto mais que de Aveiro para cima só são conhecidas as notícias que os monárquicos preferem espalhar e tornar conhecidas.

Chamo, pois. a atenção do Govêrno para êste importante assunto, a fim do que o Sr. Presidente do Ministério ou o Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros façam ver ao nosso representante em Madrid que é indispensável que se vá além de notas oficiosas e lacónicas. (Apoiados).

Se fôr necessário, desde que se estão gastando tantos milhares descontos com