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22 Diário da Câmara dos Deputados

Não percebo tambêm o que anda a fazer essa esquadrilha a brincar aos bombardeamentos em Viana do Castelo!

Eu não sei para que ela serve, a não ser para dar fôrça moral; as primeiras granadas, antes de se saber os seus eleitos, fazem uma certa impressão; depois, conhecendo-se a sua acção inofensiva, de nada serve estar a fazer exercícios de meia hora contra uma muralha de pedra!

Sr. Presidente: finalmente, referindo-me às declarações do Sr. Presidente do Ministério, do que o Sr. general Abel Hipólito entrou triunfante em Lamego, devo declarar à Câmara que essas fôrças foram para aí enviadas pelo Govêrno anterior a que pertenci. (Apoiados).

Tenho dito.

O orador foi muito cumprimentado.

O orador não reviu.

O Sr. Proença Duarte: - Pregunta ao Sr. Presidente do Ministério quais as razões que o levaram a prender o tenente Teófilo Duarte, e quais as razões por que êste oficial aluda hoje só conserva preso e incomunicável.

O tenente Teófilo Duarte saiu de Castelo Branco com uma fôrça que êle pôde organizar, e as suas intenções ficaram bem expressas no manifesto que distribuiu. O tenente Teófilo Duarte estava com a sua coluna, depois de ter batido as fôrças que se lhe atravessaram, quando recebeu os emissários que de Lisboa foram mandados para o convencerem a vir à capital conferenciar com o Govêrno. Um dêsses emissários foi o Sr. major Alberto Pais.

O orador ainda não pode falar com Teófilo Duarte, mas deve dizer que muito fortes foram os motivos apresentados pelo Sr. Alberto Pais para obrigarem Teófilo Duarte a abandonar a sua coluna e a vir a Lisboa, porque. Teófilo Duarte é um militar valoroso e não estava no seu feitio abandonar os seus colegas.

Disse o Sr. Presidente do Ministério que se não fôsse a simpatia que tem por Teófilo Duarte, êle não teria saído do Ministério do Interior em liberdade, mas disse também S. Exa. que havia um compromisso de honra, não tomado por S. Exa., mas que S. Exa. ratificou, tomado pelo Sr. Alberto Pais. Portanto o orador não compreende isto.

Se havia um compromisso de honra, o Sr. Presidente do Ministério não podia prender Teófilo Duarte.

O Sr. Presidente do Ministério (José Kelvas (interrompendo): - Ainda que êle incendiasse a cidade?

O Orador: - Acentua que isso é levai muito longe a questão.

O Sr. Presidente do Ministério não aponta outro facto que êle tenha praticado, pelo qual merecesse ser preso.

Téófilo Duarte foi sempre muito liai para com as pessoas com quem teve de tratar. Que o digam êsses oficiais democráticos que estiveram nas mãos dele.

O único oficial republicano, que se encontra preso é Teófilo Duarte. Preso porquê? Por ser indómito? Outra razão não há.

Não percebe como o Sr. Presidente do Ministério diz que ratificou um compromisso de honra, pelo qual se deixaria em liberdade Teófilo Duarte, e hoje o mantêm preso e incomunicável a bordo dum navio de guerra, parecendo não haver outra prisão.

Foi o supremo vexame para êle, e agora, para completar a obra, falta que, ao ser transportado para qualquer lado, a populaça que o insultou em frente do Hotel Metrópole lhe faça o que se fez há dias ao monárquico ex-capitão Camacho no meio da rua.

Se o Sr. Presidente do Ministério entendia que a acção de Teófilo Duarte era deletéria intimava-o a sair de Lisboa e dir-lhe-ia, nessa altura: "Ou você sai ou retiro o meu compromisso de honra".

O discurso será publicado na íntegra quando o orador restituir as notas taquigráficas.

O Sr. Presidente do Ministério (José Relvas): - Sr. Presidente: pedi a palavra para mais uma vez declarar que não tomamos êsse compromisso, nós, Govêrno, mas que o sustentamos até o limite que foi possível, como devíamos, apesar de por nós não haver sido tomado.

O orador não reviu.

O Sr. Presidente: - Continua em discussão o parecer da comissão de infracções e faltas.