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Sessão de 11 de Fevereiro de 1919 17

sinto-me tanto mais à vontade quanto é certo estar de pleno acordo com S. Exa. em promover por todas as formas a defesa da República. Faço quanto posso. Creiam V. Exas. que a todos os momentos eu dedico a minha atenção a fim de cada vez mais se intensificar a defesa da República.

Julgo tam absolutamente necessárias as intervenções imediatas que os comandos de Elvas, Trás-os-Montes e Vila Viçosa foram substituídos na madrugada de domingo para segunda-feira. E êste um dos factos para que S. Exa. chamou a minha atenção.

E preciso discriminar. Temos, em primeiro lugar, a acção do Govêrno espanhol, através das suas autoridades, para não permitir a permanência dos conspiradores monárquicos na fronteira, e, por outro lado, a acção interior.

O Govêrno espanhol - tenho agora ocasião de o dizer - afirmou me ontem, por intermédio do seu representante, o Sr. Ministro de Espanha em Lisboa, que o Sr. Conde de Romanones deu insistentes instruções aos seus delegados para que não consentissem a permanência dos conspiradores na fronteira e para que empregassem os necessários esfôrços no sentido de que os monárquicos que lá estivessem não pudessem prejudicar os interêsses da República.

É natural que se intensifique a nossa acção junto do Govêrno espanhol e da imprensa do país vizinho - o que também representará um importante benefício para a defesa da República - desde que esteja em Madrid o nosso representante diplomático, e tenho a satisfação de comunicar à Câmara que chegou hoje a Lisboa o agrément para a nomeação do Sr. Teixeira Gomes. Tenciono, pois, insistir com o Sr. Teixeira Gomes para que possivelmente, dentro dalgumas horas, S. Exa. vá ocupar o seu lugar em Madrid.

Procurarei responder, quanto possível, a todos os pontos a que o Sr. Deputado Cunha Lial se referiu.

Falou S. Exa. no aproveitamento das energias populares, energias estas que tenho na maior conta. Fui mesmo uma das pessoas que tiveram ocasião de verificar perfeitamente, claramente, que o movimento republicano que se fez através do povo de Lisboa concorreu, talvez decisivamente, para que a vitória em Monsanto pertencesse à República.

Foi com esta impressão que ficamos quando vimos todas as fôrças marcharem contra os monárquicos com tanto entusiasmo.

O Govêrno não se pode nunca desinteressar, nem esquecer o apoio do povo republicano integrando-se no exército republicano, e tam pouco se desinteressa que no seu último Conselho, realizado esta noite, foi aprovado um projecto para a organização das fôrças populares, para as disciplinar e se aproveitar o seu concurso. (Apoiados).

No espírito do. Sr. Deputado Cunha Liai formou-se também uma dúvida acerca da diferença entre as fôrças que se tem concentrado no campo de operações no norte e as que, ràpidamente, se reuniram em volta de Santarém.

Não posso precisar as fôrças que presentemente actuam no norte.

Posso, porém, afirmar que sucessivamente se têm dirigido fôrças para o teatro das operações, quer em terra quer no mar.

Como V. Exa. sabe, está operando no norte uma esquadrilha dos nossos, navios de guerra e consideráveis fôrças do nosso exército permitiram já ao Sr. General Hipólito a sua entrada em Lamego, facto da maior importância para o prosseguimento das operações no Douro.

O Sr. Cunha Lial: - Permite-me V. Exa. uma interrupção?

O Orador: - Agradeço mesmo a V. Exa. os seus esclarecimentos, visto que devido a não ouvir bem, não pude tomar nota de todos os detalhes do seu discurso.

O Sr. Cunha Lial: - O meu intuito foi levar V. Exa. a fazer as suas declarações, a fim de se tranquilizar o público, visto, que eu sinto que se está já fazendo em volta do Govêrno uma campanha sôbre a pretensa morosidade e falta do intensidade da acção contra os monárquicos.

O Orador: - O Govêrno tem mandado todas as fôrças de que pode dispor sem prejuízo da defesa que é preciso ter em vista, quer em Lisboa, quer nas províncias do sul,