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18 Diário da Câmara dos Deputados

O Orador: - Nesta Câmara já ouvi ao ilustre parlamentar Sr. Cunha Lial fazer a afirmação de que não poderia consentir que a campanha de descrédito contra o Parlamento se realizasse sem o protesto dêle; eu tambêm não consinto e hei-de protestar, pois que é a única faculdade que tenho.

Sr. Presidente: estou no meu direito de chamar a atenção da Câmara, e salientar que lá por fora, por todos os feitios e por todos os meios, se procura desacreditar o Parlamento, com o fundamento de que não trabalha, do que não produz. Não há dúvida que este Parlamento tem sido dos que mais tem trabalhado; mas posso fazer a afirmação de que se tem perdido muito tempo nesta discussão, pois que só um dos projectos levará com certeza uma sessão inteira.

Mas que a campanha seja lá de fora vá, pois que são aqueles que não têm assento nesta casa que a promovem, a fim de ver só conseguem arranjar lugar; agora aqueles que estão cá dentro contribuírem para justificar essa campanha, contra isso é que eu protesto e devo salientar aqueles Deputados que a propósito dum projecto de lei falam duas, três e quatro vezes e às vezes pertencentes ao mesmo grupo.

O Sr. António Granjo: - V. Exa. não tem autoridade para dizer isso, pois que, a pretexto de interrogar a Mesa, está fazendo um discurso.

O Orador: - Como o Sr. António Granjo pediu a palavra, eu dou por findas as minhas considerações para novamente ouvir S. Exa.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Fernandes Costa: - Sr. Presidente: eu desejava que V. Exa. me dissesse, para que fique bem esclarecido, que não houve da parte da Mesa intenção alguma de ser menos primorosa para com a minoria, quando V. Exa. disse que não tinha pôsto à votação o requerimento do Sr. Eduardo de Sousa para não se perder tempo.

O Sr. Presidente: - Quanto à solicitação do Sr. Fernandes Costa, declaro que me é agradável ter o ensejo de dizer que, por parte da Mesa, não houve outro intuito que não fôsse o regularizar os trabalhos para a ordem da sessão nocturna; é porêm com profundo desgosto que vejo o contrário.

O Sr. António Fonseca: - Sr. Presidente: isto é o que se chama uma tempestade num copo de água! Quando verifiquei que já se tinham feito variadissimos requerimentos para incluir na ordem da noite de hoje vários pareceres, que, pelo sou importante objecto, teriam actualmente um debate que de forma nenhuma permitiriam a discussão doutros, nem, porventura, a discussão de todos, sugeri à Mesa a conveniência de consultar a Câmara sôbre se, em vista dos requerimentos votados, considerava já suficientemente constituída a ordem da noite. Era um alvitre que tinha em mim evitar a votação dos requerimentos já enunciados, para se obstar à sua rejeição, o que talvez desagradasse mais aos seus autores. Só me esqueci, porêm, e a culpa, por conseguinte, não pertence à Mesa, de pedir a prioridade para o meu requerimento. Foi um lapso, de que tomo inteira responsabilidade, e que, no emtanto, deu lugar a toda esta tempestade.

Sr. Presidente: dadas estas explicações à Câmara e especialmente ao Sr. Eduardo de Sousa, por quem tenho a maior consideração e a quem suponho que o interêsse na discussão do orçamento do Ministério da Guerra não seja tam grande que S. Exa. não possa esperar mais alguns dias, tanto mais que, estando já há muito tempo distribuído o seu parecer, S. Exa. ainda não se lembrou de solicitar a sua discussão, senão agora; - parece-me que o melhor é liquidarmos o incidente, pedindo V. Exa. aos autores dos requerimentos enunciados que os retirem, ou não considerando V. Exa. aprovado o meu requerimento submete-o novamente à votação, requerendo eu neste caso e desde já, a prioridade para essa votação.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Eduardo de Sousa: - Sr. Presidente: vejo que tive uma idea muito feliz, e disso estou inteiramente convencido, quando propus à Câmara, depois da