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De modo que se os democráticos, pela boca do Sr. Álvaro de Castro^ o receberam com tamanha frieza ou com tam manifesta indiferença, e se uma declaração formal por parte dos liberais, conforme o assinalou o Sr. António Granjo, nos fez saber que os membros desse partido estão no Governo corno particulares; se a voz eloquente e arrebatada do meu querido amigo Sr. Júlio Martins, num repto candente da sua alma de apóstolo da verdade, fulminou as démarches que se atropelaram para a confecção desse Governo esporádico e gaúche: se a opinião pública o envolve já na sua atmosfera de desconfiança, ^como quere ele, esse Govôrno, atravessar uma vida sem escolhos, sem vicissitudes e sem perigos? (Apoiados).

Desmorona.ndo-se pela forma sabida a tentativa governativa saída das hostes liberais, não pela forma ousada como o explicou o Sr. António Granjo, porque não foi somente o povo republicano desta cidade que se juntou no Terreiro do Paço, manifestando a sua, inteira reprova-çâ'o, mas tambôm as almas apavoradas d6sses pioneiros da liberdade que nas cidades do Porto, Coimbra e outras-terras do País levantaram seu conclamado protesto, emfim, essa falange de eternos sacrificados que viam, na quási totalidade desses governantes, os homens que ainda ontem comparticipavam na obra dissol-'rente do que os teve sob a ignomínia do knout, nas hórridas prisões onde jazeram encarcerados e onde choraram tanta lágrima de perdição e de revolta, um único caminho havia para atingir'o desiderato quo se espelhava no espírito dos portugueses de lei: a constituição dum Governo de firme aliança republicana. (Apoiados).

Não me é lícito prosseguir, porém, Sr. Presidente, e agora reparo que nesse Ministério liberal avultava para mim e para todos a figura austera, dessa forte individualidade que se chama, António Granjo, que, pelo sou acrisolado e nunca desmentido amor aos nobres ideais da democracia e da equidade, era'garantia bastante de que no seu coração de patriota estaria sempre retratada a imagem da venerada República. (Apoiados).

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Diário da Câmara dos Deputados

Cardoso, Presidente do Ministério transacto, veio fortalecer com indestrutíveis argumentos, entre os quais a afirmativa de que a política nacional atravessava uma crise grave e calamitosa, repito, qual a razão de não se ter realizado essa ansiada provisão?

t Porque se não promoveu o estreitamento e a aliança de todas as correntes da política republicana que têm acção directa e imediata nesta Câmara, para que a tranquilidade fosse um facto e se alcançasse o repouso necessário para um labor profícuo, em vez dum Governo incolor e amorfo que nada de prático realizará? (Apoiados).

O Sr. Carlos Olavo (interrompendo'.— Naturalmente V. Ex.a vai dar a explicação porque nem todas as correntes políticas estão representadas no Governo. °

O Orador : — Não se precipite V. Ex.a, hâ-de ter ocasião de a'ouvir.

Mas, Sr. Presidente, feita a história da crise, aos retalhos ó certo, por oradores que me precederam, porém em breve desvendada com toda a clareza por outros que me hão-de suceder, todos os sinceros, os sãos, os puros, os que terçam armas por um ideal que jamais pode morrer em peitos nobres, viram nitidamente que continuamos a enveredar pelas encruzilhadas lúgubres da mentira.

Todds notaram que as vaidades mesquinhas o as ambições desmedidas atingiram a escaleira suprema das vergonhas do passado! Pois já era tempo de arri-piar caminho,.mudar de processos, neste momento trágico e avassalador em que o país se debate desesperadarnente com a maior das misérias, prestes a resvalar nó abismo horroroso donde se não poderá salvar.