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sobõrbam a nação, Gabinete incompreensível que se espelha com eloquência na sua já célebre declaração que é, como já disse, um documento anodino, enigmático, sem valor algum, inacroditável.

E legítimo recordar, unia ve?s mais, essa curiosa passagem de que pela pasta das Finanças se tanto esforços — promessa vã e débil — tle eliminação de despesas w criação de receitas públicas. MJJS porque forma? Não o explicou o Sr. Presidente do Ministério.

Já de h;l longos anos, autos de sor parlamentar, e muito modesto sou por sinal, (não apoiados) mas acompanhando com interesso- a. marcha alterosa da política, eu me acostumei a ver salientar nas declarações ministeriais esta afirmação e promessa que, aliás, nunca vi cumpridas. E no momento presente, reeditada essa já velha e gasta fórmula, a única nota de suavidade e de carinho saída dos lábios do Sr. Álvaro de Castro foi precisamente para envolver nos lauréis da sua autoridade o actuai titular da pasta das Finanças, Sr. António da Fonseca, como garantia e com qualidades para reformador do nosso estado económico. Porôm o argumento anunciado para convencer de que poderíamos confiar nos sous pianos financeiros, certamente admiráveis não duvido, a prova cabal das suas habilitações e da^sua competência era a de que S. Ex.a havia colaborado na elaboração dos decretos publicados pelo Governo transacto, para a acção reguladora das cambiais.

Se assim foi. permitam-mo a franqueza, o argumento é contraproducente, e todos nos devemos sentir intimamente desgostosos. Por rnim, não acredito que a individualidade escolhida para nesta hora momentosa e difícil, gerir a pasta das Finanças' tivesse intervindo em tais monstruosidades. Se atingimos, como proclamam, um verdadeiro descalabro financeiro, foi, «m meu entender, em grande parte, devido a esses decretos ultimamente lançados a . esmo. que longe do alcançarem an panaceias reclamadas, amontuaram dificuldades económicas de tal ordem, quo mal podemos prever a que vicissitudes nos levarão.

Acho qne ti ao é monifnto asado para explanar o asserto desta afirmação. Mas conte o Sr. Ministro das Finanças comigo

Diário da Câmara, do/t Deputado»

no primeiro embate, quando trouxer a esta Câmara essas tam decantadas medidas de regeneração económica, que, ou hão-de encontrar por minha parte o aplauso máximo, se as achar proveitosas e benéficas, ou, no caso de serem injustificados paliativos, lhes farei a mais formal oposição.

Em meu entender, o equilíbrio financeiro do país, a sua salvação, o seu aperfeiçoamento, o soii futuro brilhante HO, como já igualmente sintetizei, pode ser resolvido por uma situação governativa saída das esquerdas, dum corpo homogéneo e radical, animado do intuitos benéficos, com processos novos, energia estóica, serenidade, ponderação, pois que os Governos conservadores liquidaram estrondosamente por se obstinarem a viver cias sombras do passado. (Apoiados}.

óQual o receio do Sr. Presidente do Ministério em trazer ao conhecimento da Câmara as suas medidas de aquisição de receitas? ,;Pois não vê 6le que a nação não pode ir para. a bancarrota, porque nós não deixamos, custo o que custar (Apoiados), *è que para isso se conseguir é inadiável criar impostos?

Não sem dificuldades, mas com firmeza, ânimo, persistência, decisão, o Go-vôrno poderá equilibrar as finanças se for buscar 50 por cento das fortunas feitas com as contingências trágicas da guerra, que representam tanta angústia, tanto suor, tanta lágrima e tantas dores desse pobre povo que tam vilmente tem sido espoliado. (Apoiados).