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O Sr. Jaime de Sousa:—Sr. Presidente : pedi a palavra apenas para acrescentar alguns esclarecimentos às minhas primeiras considerações sObre o projecto de lei que tive a honra de mandar para a Mesa.

Conhecem V. Ex.a, a Câmara e ato todo o País, os factos que deram lugar ao meu projecto de lei. "

Não há um português que não saiba que as únicas cidades portuguesas que foram bombardeadas pelos submarinos boches, foram Funchal e Ponta Delgada.

Nessa ocasião toda a alma da nação vibrou de repulsa perante osso acto canalha do brutal boche.

Todos sabem, também, até que ponto foi a fúria alemã bombardeando com peças de 15 centímetros essas cidades ;*bom como todos conhecem as perdas materiais e o número de mortos e feridos que on-tâo se produziram, o a heroicidade coni que as guarnições dessas cidades repeli-

j Toda a gente sabo isto!

Eu compreendo que mo soja feita a acusação de ter apresentado com toda a • simplicidade o meu projecto de lei, mas que se venha argumentar com a desconhecimento dos factos'que lho deram lugar, isso é que não compreendo.

Estão na mente de todos, porque se passaram há muito pouco tempo, os detalhes dos acontecimentos.

E aqueles que então vibraram de indignação, não podem agora consnrar-me, somente porque o projecto de lei vera desacompanhado de documentação.

Tenho dito.

O Sr. Plínio Silva:-—Sr. Presidente: isto de condecorações já está hoje infelizmente tam desvalorizado que a maioria dos indivíduos que as ganharam honradamente preferem não as ostentar a confundirem-se com aqueles outros que as alcançaram em condições bem diversas.

Eu neste assunto julgo-me com unia muito particular autoridade; KOU sem dúvida dos oficiais que mais tempo permaneceram em África o França, tenho a convicção de ter sempre cumprido o meu devpr como era minha obrigação, pois nunca tive ocasião de 'praticar actos que em minha consciência merecessem qualquer prémio ou galardão e se não tenho

Diário da Câmara dos Deputados

uma tiuica condecoração é porque de facto tal distinção não mereci.

Não quere porém isto dizer que outros indivíduos cujo procedimento é duma categoria muito inferior, não tenham no seu peito bastantes medalhas.

Eu tive ocasião do pertencer ao Corpo Expedicionário Português, quási desde o seu início até à extinção.

Lembro-mo bem dos primeiros militares condecorados com a Cruz do Guerra c os actos por 6lcs praticados foram tais que todos julgaram, com justiça, ser pequeno o prémio concedido.

A princípio era, sem dúvida alguma, necessário ter praticado actos do autêntico valor para se sor distinguido ; posteriormente, porem, as condecorações estavam desvalorizadas, oram mooda fraca, e em vez de servirem de estímulo e incitamento produziam resultados negativos altamente prejudiciais.

Mas vamos ao caso. da condecoração de povoações.

Houver de iaeio durante u guerra inúmeras povoações que foram condecoradas, e entre elas ou citaroi em especial a cidade de Verdun a que o nosso próprio Presidente da República foi entregar o colar da ordem portuguesa da Torre e Espada.

Poderia citar Eeims, Arras, Laon, Saint-Quentin, etc., otc.

^Mas, prcgunto eu, que comparação pode haver entre estas povoações e as que o projecto quere condecorar?

Desculpem-mo os meus ilustres colegas proponentes, mas chega mesmo a ser altamente cómico.

Reparem bem: em primeiro lugar pela situação que ocupavam aquelas povoações e pelos sofrimentos, devastações e mais horrores a que foram sujeitas permanentemente, "não admitem paralelo possível com ó Funchal o Ponta Delgada..