O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

Setê&o de 2 de Fevereiro de 1920

cimentos agora visados, lembra-me bem que houve realmente da parto da população das duas cidades que se pretende condecorar uma atitudo que traduziu alguma cousa de apreciável. Essa população não só deixou tomar de pânico.

Permaneceu numa atitude de absoluta serenidade e correcção. Houve pessoas feridas...

Vozes:—Houve mortes.

O Orador: — Sim senhor; também alguns habitantes dessas cidades tiveram a morto. Todavia nem assim aqueles povos perderam a serenidade, e antes, conservando-a completa, cuidaram carinhosamente dos seus feridos e mortos, não obs-tate a monstruosidade e subitaneidade da agressão. '

O lembrar-me disto é suficiente para que eu, pessoalmente, renda daqui as minhas homenagens às duas cidades e à sua heróica população, vítimas da criminosa agressão que sofreram em condições de barbaridade e crueldade de que não nos poderemos esquecer.

O Sr. João Camoesas: — Sr. Presidente: pedi a palavra para dizer a V. Ex.a que o Sr. Pedro Pita labora nurn 6rro quando atribui a ignorância do que se passou o facto de eu discordar da votação imediata do projecto apresentado pelo Sr. Jaime de Sousa.

Não ignoro os factos ocorridos nas cidades do Funchal e Ponta Delgada, mas também conheço que há processos técnicos para a concessão de condecorações. E a verdade ó esta:

Se o Sr. Jaime de Sousa pôde deixar até hoje, sem esse prémio, aquelas duas cidades, uma espora do mais alguns dias não comporta qualquer cousa de inconveniente e permitirá uma regular aplicação de preceitos e regras usualmente seguidas nestes casos.

Depois há ainda o aspecto moral, por que, Sr. Presidente, desde quo o projecto siga os trâmites devidos, ninguôm poderá dizer amanhã quo a Câmara resolveu sobre o joelho, precipitadamente, assunto tain melindroso.

No decorrer das suas considerações o Sr. Pedro Pita formulou uma acusação ou entendo dovor lov.-mtar.

Disse S. Ex.a que as ilhas tem recebido da metrópole um tratamento diferente daquele que esta usa para com as restantes terras de Portugal.

Tal afirmativa não corresponde à verdade. Só por uma apaixonada precipitação se poderá avançar tal. (Apoiados).

<_ com='com' que='que' a='a' sabev.ex.a='sabev.ex.a' passa='passa' do='do' o='o' p='p' se='se' província='província' então='então' alentejo='alentejo' não='não'>

Eu sou do Alentejo e posso afirmar, com a certeza de proclamar uma verdade, quo essa província é que pode queixar-se do tratamento de desíavor que tem tido em relação a outras províncias. O Alentejo está votado ao abandono. (Apoiados}.

Eu é quo posso dizer com razão que o Alentejo tem tido da parta dos poderes públicos1 um tratamento muito inferior ao que têm sido dispensado-às ilhas.

Se falo com um pouco de calor é por que acabo de regressar dum país longí-quo, onde observei que se fazia uma grande campanha pela autonomia dos Açores, baseada em palavras inconsequentes, em palavras impensadas que não .correspondem à realidade.

Não, Sr. Presidente, daqui o digo, e bem alto, para que o país me oiça:

Não há razão alguma para que os Açores se queixem dum propositado tratamento de desfavor por parte do continente.

Não há razão alguma para se dizer que os Açores se encontram em regime de inferioridade em relação a quaisquer províncias do país.

Por consequência, o facto de eu, o comigo mais dois ou três membros desta Câmara, não querermos votar o projecto precipitadamente, não significa, por um lado, ignorância dos transes porque passaram essas duas cidades, nem significa má vontade ou menos consideração pela sua laboriosa e patriótica população. Não! Nós não queremos evitar um acto de justiça. Pretendemos, apenas, quo ele só pratique do fornia clara e regular, de modo a impedir suspeições desagradáveis.