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Diário da Câmara do» Deputado*

O Sr. Velhinho Correia: — No Algarve não se morre de fome, porque se trabalha!

O Orador : —V. Ex.a, Sr. Velhinho Correia, aproveitando o momento eni que eu chamo a atenção dos Poderes Públicos para a minha terra, lembra a sua. Muito bem. Não ponho em dúvida o esforço produzido pelos algarvios, mas protesto energicamente contra a insinuação de que na Madeira não se trabalha. Alto )á! ; Trabalha-se e como em parte nenhuma!

O terreno é conquistado palmo a palmo, com esforço extraordinário! Trabalha-se e extraordinariamente! Ve-se o trabalhador arcando sob o peso do trabalho...

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O Sr. Velhinho Correia: — Não continui V. Ex.a; eu não fiz essa insinuação, e era incapaz de fazê-la, porque sei que é absolutamente verdade isso que V. Ex.a afir-

0 Orador: — Ainda bem. E se o Algarve está em. situação semelhante à da Madeira, una V. Ex.a o seu esforço ao meu, a sua voz à minha, e cumpramos o nosso dever.

Oh, sim, isto tem de acabar! Doem à Madeira os recursos de que carece e, quando lhos não queiram dar, deixem-na, ao menos, procurar nos seus próprios recursos os meios indispensáveis & sua vida.

Há pendente desta Câmara um projecto de regulamentação do jogo naquela ilha. Está marcado para ordem do dia; aprovem-no e depois... façam o contrário do que se lhes pede agora: esqueçam-nos. Com ele terá a Madeira recursos. Viverá por si. E nem por isso deixará de pagar o que quorem que pague.

Mas n3o teimem em recusar-lhe recursos e, AO mesmo tempo, o meio de os alcançar pelo próprio esforço.

Tenho dito.

O Sr. Presidente: — O Sr. Cunha Liai deseja tratar, em negócio urgente, da ordem de prisão contra os Srs. Deputado Alfredo Jordão e tenente Alfredo Pimenta.

Consulto a Câmara sobre RO considera urgente o negócio do Sr. Cunha Liai.

Foi considerado uryente.

O Sr. Cunha Liai: — Chamo a atenção do Sr. Ministro da Guerra para o quê vou dizer, que ô muito curioso.

Os oficiais que tomaram parte no movimento de Santarém contra o Governo de-zembrista, têm os seus processos correndo os devidos tramites.

E aqueles que tomaram parte no movimento de Alcobaça, como os Srs. alferes Pimenta, Jordão e Kibeiro dos Santos, que revoltaram, o regimento, tGm, segundo me consta, ordem de prisão.

O tír. alferes Jordão, como é Deputado, escapará de ser preso, mas o Sr. alferes Pimenta pode ser preso dum momento para o outro.

E preciso que esta situação se esclareça, tanto mais que um destes oficiais é acusado, injustamente, de matar um camarada, í

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E acusado de ter morto unia criatura à traição.

Vou contar o que sucedeu a esse T&-jin.K: nu o 6 uma criatura das mais valentes e um republicano dos mais inteligentes. (Apoiados).

O Sr. ,Freitas Soares, então Ministro da Guerra, recebeu-o com desprimor, pe.bi. suspeita de que ele matara um camarada à traição.

Pediu então o arguido para que se fizesse unia sindicância, e chegou-se à conclusão de que ele tinha procedido com toda a correcção. Pediu para que a sindicância fosse publicada, a 'fim do ser reabilitado o peu nome, mas não conseguiu a publicação.

Recorreu a um Conselho de Guerra e até .hoje tambôm ainda não obteve o provimento.

Foi-lhe passada guia para se apresentar num determinado regimento, quo é comandado por um velho republicano, c na respectiva unidade onde s$ apresentou, o comandante recusou-se a recebê-lo.