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Sessão de 2 de Março de 1920

Admissão

Foi admitido à discussão o seguinte: Projecto de lei

Do Sr. José Monteiro permitindo esti pular laudémio nos emprazamentos futu ros de propriedades rústicas, situadas na província' do Alentejo.

Para a Secretaria.

Admitido.

Para a comissão de legislação civil comercial. ^

Antes da ordem da dia

O Sr. Alberto Cruz:— Tenho assistido aos diversos debates que têm por fim remodelar as circunstâncias de vida a cada classe e a cada indivíduo e as medidas apresentadas resumem-se no seguinte: aumento de salários, sempre mais dinheiro, sem que isso represente ou corresponda ao fomento das nossas indústrias ou ao desenvolvimento da agricultura sem que se fomente aquilo que pode produzir e ser útil.

Eu verifico que uma grande agitação se fez eni redor do aumento de salários, e de rendimentos sem trabalho aumentado.

Aumentada considerávelmente a eircu-lução fiduciária, em face do meu raciocínio eu não sei qual será o mal pior e que maiores prejuízos trará ao País, se o aumento de salários, se o aumento da produção de dinheiro, sem bases- que o justifiquem.

Aparte os trabalhadores que. fazem valer a sua acção, outros há quo pela sua situação e condições e civilização não podem fazer valer os seus direitos. Refiro--me aos trabalhadores rurais que não residem nos grandes centros onde há os sindicatos-, associações do classe e federações, e que, todavia, tem tanto ou mais direito à'satisfação das suas reivindicações sociais e económicas porque eles só vivem sob o peso do um trabalho que poucos conhecem o apreciam devidamente.

Eu sou um habitante da aldeia e conheço bem o trabalho rural.

Nunca vi da parte dos Poderes Públicos qualquer benefício para esses verdadeiros trabalhadores, que nS,o podem senão trabalho e os géneros de primeira necessidade sem prejuízo da vida nacional.

Eu já tive ocasião de chamar a atenção do Governo para a falta do milho e de azeite no meu círculo e até hoje pouco ou nada só fez, ou se tem mostrado vontade de fazer.

Repito: eles não pedem as oito horas de trabalho, eles não pedem aumento de salários, eles não votam greves, ou perturbações da vida pública e económica da Nação, mas, diariamente vergam-se sob o cansaço exgotante do seu trabalho rude, na ânsia de se sustentarem e ao seus, parca e pobremente, sem dever-timento, sem vozes, sem ambições.

Eles têm jus a ser atendidos, e à consciência nacional se impõe mais atenção e cuidado pelo bem estar do pobre trabalhador rural, pelo mal pngo operário da aldeia e dos campos. É por isso que se não pode compreender, como na última sessão o Sr. Ministro do Comércio disse, que vão barcos às colónias que de ]á vem vazios de carga de que ne metrópole há necessidade para a alimentação do povo.

Dizem quo a próxima colheita do milho é abundantíssima.

£ Ainda desta vez o Governo deixará os produtos coloniais na terra da sua produção?

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Não tem vindo remessas de milho, e erto será que, sob a fome horrível e violenta, h á-d o ainda pretender-se alimen- • ar o povo, mais um ano como até nqui, com milho podre, ao abrigo da incúria dos seus dirigentes, e responsáveis jor tais circunstâncias.

Ilá-de sofrer mais uma vez a incapa-idade dos que tratam as cousas coloniais.

Se eu fosse Deputado colonial havia de gritar aqui todos os dias para quo a 'acilidade dos transportes fosse uma COIT ;a efectiva, em benefício dos próprios loloniais e dos habitantes do continente. Apoiados}.