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Assim se tem inutilmente inutilizado grande parte dos nossos principais homens públicos, e de que a República tanto precisa, a cuja queda devemos atribuir os grandes males de que sofremos. Precisamos mudar de orientação.

Eu tenho tido da parte de todos um carinho e amizade imerecidos, e até este momento razão alguma de queixa tenho; muitos jornais, mesmo politicamente -adversos, me têm dispensado palavras cativantes e que me têm servido de estímulo para seguir no caminho que tracei. Não é, pois, por ter 'razões de queixa pessoais que vou ventilar o assunto para que pedi a palavra. Trata-se dum colega meu e do Parlamento em geral.

Sr. Presidente : peço a V. E x.a se digne chamar a atenção da minoria socialista para as considerações, e preguntas que lhe vou fazer. Desejo que ela nos diga aqui terminantemente se dá a sua solidariedade às palavras que o jornal O Combate do hoje publica. Nele estão escritas palavras e artigos que, sendo ofensivos para o Parlamento, não correspondem também à verdade.

A questão ferroviária tem sido tratada com nobreza nesta Cârnáraj e todos aqueles que procuram especular com o termo «obstrucionismo» para com aqueles que nas melhores intenções têm usado, com o indispensável desenvolvimento da palavra, cometem para com elos uma injustiça infame. (Apoiados).

Repito: é uma profunda injustiça querer classificar de obstrucionismo a atitude dalguns Deputados que, com o entusiasmo que sempre põem nas questões de alto interesse para o país, honesta e francamente se manifestaram contrários à proposta. Se o Governo não. apresento u a questão de maneira a poder colher os aplausos de nós todos a culpa não é por certo dos que lialmente o têm combatido.

O Sr. Costa Júnior: — Para que não se perca tempo, eu permito-me interromper V. Ex.a para declarar qno o que vem publicado no jornal O Combate é da res-ponsabilidaie de quem escreveu. A minoria socialista não perfilha essas palavras.

O Orador:—Como o Sr. Costa Júnior 'diz que estou fazendo perder tempo à Câ-

Diàrio da Câmara dos Deputados

mara, peço a V. Es.a que a consulte sobre se entende que eu deva continuar nas considerações que vinha fazendo.

Vozes: — Fale., Fale.

O Sr. Costa Júnior: — Há um mal entendido. Eu fiz a interrupção para não tirar tempo à Câmara usando em especial da palavra sobre o caso. Ficava assim dada já a resposta.

O Orador (continuando}: — K preciso, Sr. Presidente, não esquecer que o Director do jornal O Combate é o Sr. Augusto Dias da Silva, Deputado; e que o artigo que provocou os meus reparos vem assinado pelo Sr. Ladislau Batalha, que também,é Deputado. Quere dizer, são os próprios membros desta Câmara que, devendo procurar acreditá-la com trabalho efectivo aqui "dentro, vão lá para fora escrever contra ela, dizendo mesmo cousas que se afastam bastante da verdade.

Dizia o Sr. Camoesas há pouco, nuni justificado .rasgo de indignação :

«ft fantástico que sejam os próprios membros do Parlamento que procuram o desprestígio do mesmo».

O Sr. Ladislau Batalha termina o seu artigo desta forma: «Fechem aquilo». O aquilo é o Parlamento!

Referindo-se ao meu colega e camarada Sr. Cunha Liai, que não me importa seja meu inimigo político para por ele pugnar, visto deturparem as suas palavras, aquele jornal faz afirmações injustas.

E extraordinário que haja alguém que assim proceda.

Sr. Presidente: omquanto aqui estiver não deixarei de erguer- a minha voz para não consentir que os meus colegas na Câmara, não importa de que partido, sejam apoucados ou injuriados imerecidamente.