O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

Diário da Câmara dói Deputada

vistas, as nota taquigráficas que lhe foram enviadas.

O Sr. Cunha Liai não reviu o seu «aparte».

O Sr. Presidente: — Tom a palavra o Sr. Cunha Liai, mas lembro a V. Ex.a que tem apenas 5 minutos.

O Sr. Cunha Liai í —Peço a V. Ex.a para consultar a Câmara sobre se permite que eu fale mais de 5 minutos para fazer a história de tudo isto.

O orador não reviu.

Vozes : — Fale, fale.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Cunha Liai.

O Sr. Cunha Liai: — Sr. Presidente: quando interrompi o Sr. Pais Rovisco, foi a propósito do Sr. Ministro do Co-mé^cio dizer ciue os adminisíradorGã dos Caminhos de Ferro do Estado não recebiam 20 por cento de subvenção e ea estava convencido de que dentro aã lei não podiam requer, pois só o podiam receber ato a publicação da lei n.° 888.

O Sr. Aresta Branco:—-Eu fiz essa afirmação até -a publicação da lei n.° 888.

O Orador: — Ainda bem que o Sr. Aresta Branco confirma aquilo que eu disse.

Pela cabeça passou-me que pudesse ter havido engano da minha parte.

O Sr. Aresta Branco: — Eu já disse a V. Ex.a que recebi a subvenção até a lei n.° 888. Eu não sabia, até a contabilidade mo dizer, que o decreto de 15 de Março tinha sido aplicado aos membros do Conselho de Administração.

O Orador: —Continuando. Sr. Presidente, afirmo a V. Ex.a que eu n3o disse que o facto dos administradores terem recebido os 20 por cento era uma ilegalidade; pelo contrário, afirmo que se eu fosse administrador, exigiria que a contabilidade me processassse a respectiva folha.

Saí daqui e encorarei um administrador dos Caminhos de Ferro do Estado, a quem o meu amigo e colega Vergílio Cos-

ta preguntou se eles tinham recebido os 20 por conto até a data da lei n.° 888.

A resposta foi afirmativa; recebi e todos receberam, disse ele.

Nessa altura, eu, que sabia que o Sr. Ministro do Comércio tinha declarado que era um crime receber até a lei n.° 888 os 20 por cento, mais convencido fiquei de que não me tinha enganado, e disse a S. Ex.a, que estaAra presente, quem tinha recebido os 20 por cento.

A seguir alguém, que não sei quem seja, mandou ao Sr. Aresta Branco o jornal O Popular.

E veja V. Ex.a como as pessoas honestas têm pouco respeito pela honestidade dos outros, e também como o Sr. Aresta Branco traduziu claramente nas suas palavras a audácia, que não quero classificar com o nome que ela merece, dizendo que era a continuação da impertinência com que eu me tinha dirigido a S. Ex.a

& tam inclassificável a afirmação de V. EA.-, que eu não a repilo. Eu nunca mandei cartas anónimas a ninguém, e o envio desse jornal era o mesmo que uma carta anónima.

Se V. Ex.a tem inimigos, como eu os tenho, procure-os noutra categoria, noutra esfera, e não naquela em que eu ando.

Eu quero dizor a V. Ex.a que muitas pessoas que se presam de ser correctas nas suas afirmações, são às vezes tam incorrectas como garotos de estrada.

Mas vamos continuando, e permita-me a Câmara que eu lave esta roupa suja.

Preciso fazer estas afirmações, porque, infelizmente, pela boca de alguém, foram pronunciadas palavras a que preciso responder, pois c[ue estando aqui comigo na segunda-feira, de cara a cara não as produziu, mas sim na têrça-feira, quando eu aqui não estava.

No .dia 6 ou 7 de Janeiro de 1919 estava combinado que o movimento de Santarém rebentaria ein 9 ou 10. Assim o tinha concertado com o Sr. Álvaro de Castro, e, no intuito de levantar o espírito pififblico, vim aqui e apresentei-me na sessão.

As galerias estavam em termos de se provocar o espírito de revolta contra o que se estava passando.