O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

.Scaaão de 3 dt Março de 1020

Sc assim não procedesse, não era digno do nome que uso.

Quanto aos miseráveis a que há pouco se referiu o de que pouco caso se faz, eu, embora julgue que S. Ex.ÍL não me quis atingir, fui o primeiro a revoltar-me contra um Ministério de que fiz parte.

Sabe-o S. Ex.f, c, se não sabe, deve conhecê-lo o Sr. Álvaro de Castro.

Antes de S. Ex.a ir a Santarôm, o meu filho tinha ordem de prisão, porque eu o tinha mandado para o Alentejo e Algarve socorrer S. Ex.a

Se não dei eu próprio Csse passo, foi porque era suspeito c a minha casa estava vigiada, e só não fui preso, foi porque as cousas mudaram nessa ocasião.

Quanto aos marinheiros, para responder a um aparte que me parece ter sido feito pelo Sr. Manuel José da Silva, devo dizer que não fui eu que mandei os marinheiros para as colónias.

No arquivo do Ministério deve existir uma carta minha ao Ministro das Colónias, onde eu dizia: Se quiserem mandai-os marinheiros para a África, mandem, mas não eu Ministro da Marinha.

O Sr. Manuel José da Silva (Oliveira do Azeméis):—^E o 8 de Janeiro?

O Orador:—Nessa data estava eu doente com um ataque de gripe.

O Sr. Manuel José da Silva (Oliveira de Azeméis): — É sempre assim.

O Sr. Hermano de Medeiros (interrompendo)'.— V. Ex.a não pode duvidar; fui eu como médico que constatei que S. Ex.a não podia sair de casa.

O Orador: — Quero simplesmente dizer o que se passou. E >a verdade é que quando em 8 de Janeiro me levantei e fui para o Ministério, apareceu ali um oficial do exército, ajudante do Presidente do Ministério, dizendo-me: «trago ordem de prisão para tais e tais oficiais e venho prender os Srs. Fulano e Fulano».

«V. Ex.a sai pela porta por onde entrou— disse-lhe eu. — Se há razão para prender oficiais de marinha, o Sr. Presidente do Ministério que me mando essa ordem, e eu tenho oficiais de patente superior para que executem essa ordem».

Mandei-o sair.

Vioram-me dizer que haviam sido encontrados numa fragata a conspirar. Mandei-os prender e mandei-os para as melhores celas da Penitenciária.

No dia seguinte mandei sindicar as razões porque eram acusados esses oficiais.

Tive resposta em 24 horas, e então mandei-os pôr com homenagem na cidade.

Mandaram-me dizer que havia outro inquérito, e então mandei-os soltar.

O Sr. Domingos Cruz: — Será bom esclarecer outros factos.

Interrupções e sussurro, não deixando que bem se ouvisse o Sr. Domingos Cruz.

• O Orador: — No dia ein que tomei posse da pasta, condenei isso.

Lembra-me bem ter condenado esse procedimento.

Para terminar devo dizer que no dia em que saí do Ministério da Marinha não deixei preso um oficial, um soldado ou um grumete. Ninguém ficou preso.

Tenho dito.

O discurso será publicado na integra, revisto pelo orador, quando restituir as notas taquigráficas que lhe foram enviadas.

Os «apartes» não foram revistos pelos oradores que os fizeram.

O Sr Vergilio Costa: —V. Ex.a dit-me licença?

Não ficou esclarecido um ponto.

Quando o Sr. Pais Rovisco quis aplicar a proposta, ontem votada8 no Parlamento aos membros do Conselho de Administração, o Sr. Ministro do Comércio, interrompendo-o, disse que não se podia aplicar.

O Sr. Cunha Liai interrompeu o Sr. Ministro do Comércio, sobre o decreto dos 20 por cento aplicados aos membros do Cotíselho de Administração.

O Sr. Jorge Nunes replicou dizendo que o decreto n.° 336 nunca havia sido aplicado.

Disse isto à Câmara o Sr. Ministro do Comércio, e estava presente o Sr. Aresta Branco.