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Diário da Câmara dos Deputados

razão, ao lado dos funcionários que reclamam !

Mas S. Ex.a representa ali naquele lugar mais alguma coisa que a classe do funcionalismo, com a qual está de alma e coração.

S. Ex.a representa no GoArôrno o país trabalhador na perseguição ao capitalismo que, perdendo a noção das proporções e agravando a vida dia a dia, arrasta o país para a fome e para a miséria.

Limito por agora as minhas considerações esperando que os políticos desta terra só lembrem que o país não pode estar à merco das ambições. Mas desde já afirmamos que jamais V. Ex.as terão ocasião de observar deste lado qualquer incoerência, qualquer abdicação de carácter 'ou qualquer desinteresse pelos desprotegidos da actual sociedade..

Tenho dito.

O Sr. Presidente: — Interrompe a sessão para prosseguir às 21 horas,

Eram 19 horas e 30 minutos.

SESSÃO NOCTURNA

Às 22 horas reabre a sessão.

O Sr. Cunha Liai:—Declara não poder usar da palavra por não estar presente o Sr. Presidente do Ministério.

Interrompe-s e a sessão até á chegada do Sr. Presidente do Ministério.

O Sr. Cunha Liai:.—Afirma que é a hora decisiva e grave em que o Estado burguês luta e vence, ou entH.o sossobra. Ou vai para o Capitólio ou então para a «Morgue». O ministério Domingos Pereira em frente dos ferroviários transigiu. Com estas transigêoeias, arruínam-se cada vez mais as indústria•> e a produção Confrontada a atitude do irovêrno com a dos funcionários públicos e a dos ferroviários, verifica-se que com uns transigiu duma forma única, com os outros toma a atitude de ameaça, pretendendo demiti-los. No dia em que tal se fizesse, ele, orador, que também é funcionário, tornar-se-í a grevista.

Malditos sejam os homens públicos desta- terra que não tiverem a coragem das suas responsabilidades! Diz-se que

não houve coacções, quando dos ferroviários, e ele, orador, eni presença do que se passou, cré que as houve, não dos ferroviários, mas da parte das companhias. A proposta relativa aos ferroviários, apesar de ter-se prometido o contrário, isto é, que não seria modificada, sofreu alterações e^ introduziram-lhe o famoso artigo 8.° Este artigo não foi da inspiração dos ferroviários. De quem foi? A consciência da Câmara que responda.

O Sr. Francisco José Pereira :—Lê a

seguinte moção: -

«A Câmara considerando inoportuna a proposta do Governo, passa á ordem do dia».—Francisco José Pereira.

Eecordando a sua vida de velho republicano, o orador diz que a sua alma foi profundamente impressionada pôr uma medida que fero os mais rudimentares princípios d;i equidade e da justiça, tanto mais quanto é certo tratar-se duma classe que sempre tom servido o país com dedicação e Scicrifício. Eis porque não vota a proposta do Governo e manda para a mesa a seguinte proposta:

«A Câmara dos Deputados convida os funcionários em greve a retomarem os seus logares, apresentando as suas reclamações ao Congresso da Kepública que as apreciará com a possível urgência, de modo a resalvar a dignidade do Poder e a atender, dentro das possibilidades financeiras as nece&sidade.s dos reclamantes». — Francisco José Pereira.

O Si\ Manuel Fragoso : — Não vota a proposta do Governo porque é sua opinião que semelhante medida nunca será •aplicada e essa falta de aplicação só redundará em desprestigio do Poder Executivo. Quer que o Congresso imediatamente aprecie as reclamações dos funcionários, motivo por que manda para a mesa a seguinte proposta:

«Proponho que se substituam as palavras «com a possível urgência», pela segui i^ te: c imediatamente». — Manuel Fragoso.