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Sessão de 10 de Março de 1920

pulsa que a opinião pública significará ao ter conhecimento do tal notícia.

7ozes : — Era preciso que eles tivessem vergonha.

O Orador: — Sr. Presidente: não nos devemos esquecer de que há uma íntima conexão entre a propaganda contra a República feita no estrangeiro e a propaganda contra a República feita a dentro do país. (Apoiados).

Já há tempo o ilustro Deputado Sr. Nuno Simões, referindo-se à campanha tendenciosa feita no estrangeiro contra a República, por meio de notícias publicadas pelos jornais, absolutamente falsas, absolutamente da fantasia de certos jor* nalistas, aludiu a essa conexão e eu tive, em aparte, o prazer de dizer a S. Ex.a que havia, pelo menos, em Espanha duas agências de informações falsas contra a República: uma em Tui, outra em Badajoz. Mais disse então quo era indispensável que o Governo agisse por forma a não permitir que num país vizinho o amigo estivessem montadas essas agências com o exclusivo fim de dar notícias de descrédito para a República. São os próprios jornais espanhóis qne, a propósito dos últimos acontecimentos, nos dizem, por fornia clara, e terminante, que funciona efectivamente em Badajoz essa agência.

O Sr. Silva!

Liai: — j Ouça, Sr. Plínio

Vozes: — E verdade I É verdade !

O Orador:—Eis as declarações -que eo. tinha a fazer. Tenho' a certeza dê quo a resposta de S. Ex,a o Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros será um formal desmentido à notícia do jornal A Época, e uma esperança para nós todos de que realmente se entrará num caminho de activa e diligente defesa da República. (Apoiados').

O orador não reviu.

/•

O Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros (Xavier da Silva): — Sr. Presidente : tomo a palavra para responder às considerações apresentadas à Câmara pelo Sr» António Granjo.

Pouco tempo depois de ter chegado

hoje a esta Câmara fui procurado polo Sr. Nóbrega Quintal, quo me mostrou o artigo publicado no jornal A Época, e que eu ainda não conhecia. Li esse artigo e desdo logo fiquei na convicção de que eram absolutamente falsas as afirmações que nele se faziam.

Considerando, poiêm, quo poderia ter havido algum facto que, deturpado propositadamente, servisse para uma tam ignóbil exploração (Ajíoiados], tratei de me avistar com o meu ilustre antecessor o Sr. Melo Barreto, a quem pedi que mo dissesse o que pensava sobre o que semelhante artigo expunha. S. Ex.% pelo que me respondeu, colocou-rne em condições de poder afirmar categoricamente à Câmara que são absolutamente falsas, inteiramente infundadas, não têm o mais leve elemento justificativo as asserções contidas no artigo em questão.

O que o jornal A. Época diz não ó mais do que o produto duma imaginação fértil, ao serviço de intuitos que são demasiadamente conhecidos.

O Sr. António Granjo fez uma referência que merece toda a atenção e que lançou luz sobre o significado do artigo publicado pelo jornal A Época. S. Ex.a fez referência a uma declaração de Paiva Couceiro a um jornalista espanhol, e que vem publicada no jornal O Mundo. Paiva Couceiro pede a intervenção estrangeira para Portugal.'

O Sr. António Granjo: — A declaração foi feita numa entrevista que Paiva Couceiro concedeu a um correspondente da folha parisiense Jornal dos Debates.

: — Junto à informação de V. Ex.a o telegrama que vou ler à Câmara, e quo recebi do nosso Ministro em Paris, o Sr. João Chagas.

Paris, em 8 do í/Iarço de 1920.— Interrogado por um correspondente madrileno do Journal dês Debats-, Paiva Couceiro disso quo dois grandes perigos ameaçam Portugal: a bancarrota e o boi-chovismo, o faz apelo às nações ocidentais para quo intervenham na manutenção da ordem om Portugal. Eis aqui, textualmente, as palavras quo lhe atribui aquele jornal: