O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

Sessão de 10 de Março de 1920

O Orador: — Em todo o caso, e com o respeito e consideração que S. Ex.a me merece, convido o Sr. António Granjo .a expor as suas ideas nas colunas do seu jornal, obrigando-me desde já a responder-lhe também publicamente, sustentando respeitosa, interessante e muito elucidativa polémica.

Tenho dito.

O Sr. Presidente do Ministério e Ministro do Interior (António Maria Baptista): — Sr. Presidente: em primeiro lugar os meus cumprimentos a todos os ilustres' Deputados ; depois um agradecimento intenso a todos os brilhantes oradores que me dirigiram, e ao Governo a que tenho a honra de presidir, as suas palavras de saudação, e mais profundo ainda àqueles que me prometeram o seu apoio.

O Governo que se apresenta agora ao Parlamento foi constituído não na plataforma dum partido, mas com o sentimento da amizade e, necessariamente, fora de qualquer orientação política que não seja a da elevada política nacional, que engrandece a Pátria e ká-de dignificar a República.

Há aqui homens do Partido Democrático, a que também tenho a honra de pertencer, mas essas individualidades não vieram acolher-se a esta bandeira noya da salvação da Pátria para fazer a chamada baixa política que tantos danos já tem causado à vida nacional; vieram antes para fazer a mais elevada de todas as políticas neste momento, que Iodos dizem ser àe perigo" e em que ,é preciso que todos se sacrifiquem, e eu sei bem o sacrifício que fizeram aqueles que ora se sentam nestas cadeiras, e que aceitaram os seus pesados cargos com o sentimento que conduz os homens às acções grandes e nobres, aos princípios do bem (Apoia-dos}.

Os homens que aqui estão pertencem todos ao Partido Democrático, com excepção do Sr. Ministro da Marinha, que aceitou a sua pasta por virtude da muita amizade1 que nos liga, não tendo eu tido, porém, pequenas dificuldades em conseguir a sua colaboração. O Governo não se pode, pois, considerar um Governo de concentração, nem tam pouco um Governo com a colaboração do Partido Liberal— a colaboração há-de ser de todos os

31

republicanos que, tendo a compreensão da hora grave que atravessamos e do que devem à sua Pátria, nos queiram auxiliar nesta honrosa, mas pesada missão.

O Governo, quando elaborou o seu programa, sabia bem que ele não poderia satisfazer aqueles que querem, em sonhos, possuir tudo quanto a evolução e o progresso tem produzido e podem ainda produzir. jF.ez o Governo um programa rápido, simples, mas quem, dera que, para bem da Pátria, ele tivesse tempo para o executar e desenvolver!

O meu programa não entra no domínio da fantasia; a declaração ministerial diz tudo quanto nós pensamos: ordom, ordem e ordem!

Mas preguntam-me agora:

Aqui tem V. Ex.a o meu propósito e o dos restantes Ministros que. fizeram o sacrifício de se sentarem nestas cadeiras.

Agradeço a todos a sua cooperação, e todos desejamos a fiscalização para que ninguém daqui saia com a menor sombra da quebra da sua dignidade.

Tenho ainda que me referir às três moções enviadas para a Mesa. A do Sr. Plínio Silva não a acho oportuna. A do Sr. Cunha Liai não a perfilho, mas perfilho a do Sr. Velhinho Correia.

A hora vai adiantada e o meu estado de saúde não me permite_ir mais alêm^

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Presidente:—Há um Deputado que pediu a palavra para um negócio urgente; estamos em,, sessão prorrogada, mas o assunto é de tal gravidade que poço a V. Ex.as a sua votação, bem como a presença do Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros.

O Sr. Cunha Liai: —Peço vt V. Ex.:i para consultar a Câmara sobre s.e permite quo eu retire a moção feita em nome do Grupo Popular, para ser substituída em ocasião oportuna, por uma do leader deste Grupo.