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vi cair nos campos de batalha muitos dos filhos de Portugal. Fui testemunha do sacrifício e do heroísmo desta raça nos campos da Flandres, e é em nome desse sacrifício, em nome desse heroísmo, em nome desse sangue, que eu peço que se não amesquinhe a nossa intervenção na guerra.

Assim o .compreendeu o Sr. Brito Camacho, não discutindo nesta hora a nossa intervenção na guerra; assim o compreende o Partido Republicano Liberal, sem abdicar, contudo, de na hora própria fazer a devida apreciação.

Sr. Presidente: somos chamados a discutir o Tratado numa ocasião em que já se fala na sua revisão, e no próprio Parlamento francês já um dos seus membros declarou que o Tratado tinha de ser revisto ; e quem provoca essa revisão não são apenas as nações pequenas, feridas nos seus interesses, feridas na sua dignidade (Apoiados], são mesmo algumas das grandes nações que reconhecem que este Tratado não corresponde à conveniência, da humanidade, nem aos interesses gerais do mundo.

Nós vemos já os Estados Unidos a fa-

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Os delegados à Conferência da Paz precisam do apoio do Parlamento, que é o legítimo representante do povo. (Apoiados).

Mal ficaríamos, nós parlamentares, se nesta hora não protestássemos com toda a violência contra a forma porque fomos .tratados; 'e, assim, nós damos força ao delegado, o Sr. Afonso Costa. Mal ficaria se nós" aprovássemos o Tratado sem protestarmos, pois os nossos interesses mais vitais foram lamentavelmente esquecidos pela Conferência da Paz.

E tanto mais ingratamente se procedeu para comnosco, que se resolveu que a" questão do norte de Moçambique, em harmonia com os nossos legítimos direitos, e as outras, questões de carácter territorial que nos dizem respeito, ficassem por atender; e sendo essas questões, em regra, j com as nações aliadas, não seria de mais ; esperar que elas, conhecendo os nossos sacrifícios, nos tivessem dado essa peque- ; na, essa insignificante compensação. '

Sr. Presidente: estando a crítica já feita, a mim compete-me, apenas, falar em nome do Partido Eepublicano Liberal, para afirmar que ele aprova o Tratado

Diário da Câmara dos Deputado»

da Paz; mas não podia deixar; antes de fazer essa animação, do produzir as considerações que V. Ex.a acaba de ouvir; e não podia aprová-lo antes de ter sido feita a crítica do Sr. Brito Camacho, com cujas conclusões todo o Partido Republicano Liberal está inteiramente de acordo.

Sr. Presidente : algumas breves palavras entendo eu que devo ainda dizer, e oxalá que elas pesem um pouco sobro a Câmara e sobre o Paia.

Não podemos, nunca poderemos, para manter a integridade do nosso território, quer colonial, quer metropolitano, deixar de contar com o nosso esforço próprio. Não é, apenas, um sistema racional, que eu reconheço nos é .indispensável; do que precisamos é o esforço colectivo levado ao máximo, no inteligente e racional aproveitamento de todas as suas energias.

E se o não fizermos, só teremos um futuro de incertezas e de humilhações.

Algumas palavras aqui foram ditas, e não o foram em vão. Q Sr. Brito Ca-

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futuro, prevendo uma nova guerra. O Sr. . Ramada Curto, reconhecendo que a Sociedade das Nações se demonstra uma.

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povos, apoiou para a congregação de todo os elementos do País, de forma a organizarem-se . para a resistência a qualquer ataque, quer à nossa soberania, quer aos nossos interesses.

Lembro-me, Sr. Presidente, nesta hora, de que pouco tempo vJepois de declarada a guerra, o Rei de Espanha, numa entrevista, previu que em seguida a esta guerra, uma nova guerra haveria. Não ó, pois, da parte do Sr. Brito Camacho uma previsão gratuita a sua, e a forma como se estão produzindo hoje as relações diplomáticas, sobretudo entre as grandes potências, obriga os povos pequenos a reflectir maduramente sobre o seu passado e" sobre o seu futuro.

Saímos da guerra arrumados, saímos da guerra com uma dívida que se eleva quási a 40 por cento da nossa fortuna pública, .saímos da guerra divididos ou por paixões políticas ou por ódio ao regime, a República não conseguiu unificar o sentimento nacional em volta da entrada na guerra.