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Sessão de 30 de Março de 1920

ciência de patriota pesar como chumbo a apreensão do futuro?

Nós temos que preparar a nossa alma na paz para esse futuro que talvez seja trágico.

Discutir nesta hora sobre a forma como foi feita a nossa intervenção nesta guerra, discutir o rendimento dos nossos cor-pos de exército que enviamos para ofront isso seria um péssimo acto.

A hora ó de dizer a todos os portugueses que chegou o momento supremo de sacrifício e que a situação ó grave e que temos a obrigação de aproveitar todos os recursos de dinheiro, material e homens subordinando o interesse pessoal ao colectivo.

Temos de dizer isto ao país, porque esta é a linguagem da verdade é a voz do povo.

É admirável como um povo, q.uási apodrecido por dezenas e dezenas de anos de paz, se habilitou a combater numa guerra para que estava absolutamente desprovido! E tudo isto foi esquecido não lhe dando aquilo a que tinha direito.

Nunca eu, durante o período que precedeu a guerra, quere publicamente, em comícios ou. reuniões, quere por escrito, incitei os meus correligionários a intervirem nesse conflito mundial; mas se o tivesse feito não me arrependeria, e convenço me cada vez mais de que, se não tivéssemos intervindo na guerra, pior teria sido a nossa sorte. .

Se nós, que demos o sangue dos nossos filhos, o dinheiro dos nossos cofres, esgotando-os, merecemos este tratamento por parte dos aliados, como seriamos tratados se não tivéssemos feito todos esses sacrifícios ?

A previsão dos homens que prepararam a nossa intervenção na guerra, quanto a mim, foi inteiramenle harmónica com as necessidades nacionais. O nosso património colonial estava em perigt) e para o salvarmos era preciso osso sacrifício.

Eram estas pouco mais ou menos as considerações que eu tinha a fazer termi-

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nando por lembrar mais uma vez à Câmara, que precisamos de nos deixar de discussões estéreis e de soluções fictícias e de organizações, quere da parte do Governo, quere da do Parlamento, que sejam apenas o produto de combinações de corredores que sejam apenas o produto dos interesses de partidos, porque devemos, cada vez mais, empregar a nossa acção, o nosso pensamento e as nossas ideas nos interesses supremos da vida da nação.

(Apoiados).

O discurso será publicado na integra, revisto pelo ^orador, quando restituir, revistas, as notas taquigráficas que Uie foram enviadas. •

O Sr. Presidente: — A próxima sessão é amanhã, às 14 horas, sendo ordem do dia a mesma que estava dada para hoje.

Está encerrada a sessão.

Eram 18 horas e 45 minutos.

Documentos enviados para a Mesa durante a sessão

Requerimento

Eequeiro que, pelo Ministério da Agricultura, me sejam fornecidos os seguintes livros:

Notas sobre Portugal. Exposição Nacional do Rio de Janeiro em 1908.

Lê Portugal au point de vue agricole, Cincinato da Costa e D. Luís de Castro.

Viticulture por Viala.

Câmara dos Deputados, 30 de Março de 1920- — António Joaquim Machado do Lago Cerqueira.

Expeça-se.

Desejo consultar na 5.° Repartição'do Ministério da Guerra, assim como na Farmácia Central do Exército, com a máxima urgência, vários documentos que aí estão arquivados. — José António da Costa Júnior.

Expeça-se