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Séssãv Úè 26 de Abril úe Í92Ô

de consultar íl Câmara sobre se permite que entre imediatamente em discussão o pertence do Senado ao n.° 175.

O Sr. Presidente do Ministério e Ministro do Interior (António Maria Baptista):— St. Presidente: com todas as forças da minha alma e com todo o sentimento do meu republicanismo repilo á insinuação feita pelo Sr. Pedro Pita de que eu dou sempre as minhas respostas aos parlamentares com leveza. S. Ex.a óhgáná--sè. Eu tenho pelo Parlamento o maior respeito e consideração, tendo-lhe prestado sempre as minhas maiores homenagens.

Ò Si*. iPédro Pita limitoú-se à fazer Um ataque político profundo ao Governo e ao Seu Presidente.

Ora S. Ex.a não se devia dirigir àds homens que estão rio Poder péla forma ptíi* que o fez, visto que todos estão empenhados em prestigiar o Parlamento e jamais proferiram unuá palavra que demonstrasse ò contrário.

E, assim, véjo-me obrigado, cioiri toda à coragem e com toda a eleváçãc, á repelir às palavras de S. Ex;a

Tratou' o Sr. Pedro I*itá, DÓ clirtb espaço de 10 minutos, dê assuntos tàni complexos que' eu, ainda que qiieira pfo-fimdá-lós, não posso, è se isso é bregà piéço'dêscuipá a S. Ex.a.

Referiu-se S. Ex.a ,à questão da ordem pública e, em poucas palavras, vou responder-lhe.

Tem S. Éx.a o Governo como'agente principal dá alteração da ordem pública...

O Sr. Pedro Pita: —Eti?!

O Orador: —Sim, S. Ex.a! j £ Pois então S. Éx.d não disse que o Governo se fartava de apregoar «Ordem, ordem, ordem» e não conseguia mante-la?!

S. Ex.a é cruel,1 é ingrato, com o Governo, pois a acção deste tem. sido sempre manter a ordem, evitando e prevenindo os roubos, porque já se rouba em Portugal, como há exemplos recentes nos casos passados em Aiferrarede e Carregueira.

Nunca me estribei nas palavras proferidas pelos meus antecessores, mas já que S. Exoa me puxa para esse lado, não posso deixar de lhe responder»

Disse S. Ex.a que o Governo presidido pelo Sr. Sá Carddso, hoje digno Presidente deste Câmara, a quem rendd a minha honlenagênl;. ;

aparte dó Sr. Dias da Silva que nftò se ouviu.

O Orador: — Cale-se! j V. Ex.a não sabe o quê diz! Não seja bárbaro !

O Sr. Pedro Pita: — j Para prestígio do Parlamento não se podo consentir em semelhante intimativa! Isto- ilão • pode ser!;

Trocam-se apartes.

Sussurro.

O Orador:—Perdão! Sejamos calmos! Eu não fiz uma afirmativa. As miahas palavras só podem- tur a significação .duma exclamação de dor e mais nada. (Muitos apoiados}. -

,;Mas então o ilustre Deputado que acabou de falar queria que eu estivesse em toda a parte onde se comete um crime; onde se pratica um roubo ou onde se dá uma alteração da ordem pública?

Seria exigir muito dum simples presidente do Ministério nesta- época em que nem sequer já se acredita que Deus esteja em toda a parte.

Risos.

A acção do Governo no que diz respeito à manutenção da ordem pública está ainda bem recente para que nóSj de boa fé; a tenhamos esquecido já ou se possa afirmar o contrário.

O Sr. Pèdrd Pita: — Mus eu não disse isso!

O Orador:—V. Ex.a afirmou que o Governo, apesar de todos o^ seus propósitos de ordem, só tinha conseguido unta cousa: fomentar a desordem .. .

O Sr. Pedro Pita: — O que ou disse foi que V. Ex.a não conseguira realizar o seu programa nessa parte.