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Sessão de 30 de Abril de 1920

Ex.a que aprovaria o requerimento do Sr. Cunha Liai, se não fosse a confusão que iria fazer na ordein do dia, onde estão assuntos importantíssimos, como por exemplo o que se refere aos milicianos. Apenas por essa circunstância é que rejeito o requerimento.

O Sr. Velhinho Correia (sobre o modo de votar):—A proposta sobre a utilização dos navios, tem estado em estudo pela comissão.

Nomeou-se uma comissão de redacção, e como se trata de obter um grande número de assinaturas, resolveu-se mandar fazer uma separata, e distribuí-la pelos membros da comissão, para a estudarem em casa e depois, numa próxima sessão, a assinarem.

Nesta distribuição abriu-se uma excepção a favor do Sr. Cunha Liai, porque S. Ex.a mostrou grande interesse no assunto.

Sobre as demoras que tem havido a seu tempo se demonstrará que a culpa é essa.

Posto à votação o requerimento do Sr. Cunha Liai, foi rejeitado.

O Sr. Jorge Nunes (para expli ações}:^-Nos últimos dias da minha estada no último Ministério de que fiz parte, chegou--me aos ouvidos a informação vaga de que no Ministério dos Abastecimentos eu tinha ligado,o meu nome a qualquer cousa pouco -lisongeira para mim. -

Pedi à pessoa amiga que se me dirigia a especial fineza de me conseguir uma informação precisa, para eu de seguida, poder-dizer da minha justiça.

Um ou dois dias depois, quando estava no Senado, acompanhando com interesse a discussão duma proposta, esse amigo forneceu me os elementos necessários para eu conhecer o caso, que tinha sido objecto da sua primeira deligência, junto de mim.

Apressei-me de seguida a escrever ao Sr. presidente da comissão de inquérito ao extinto Ministério dos Abastecimentos, exigindo para mim, na qualidade de cidadão, de Deputado e de Ministro uma audiência, a fim de ser interrogado pela comissão a que S. Ex.a presidia.

Essa caria foi nosso mesmo dia enviada ao Br, Qnoiroz V az Guedes, e S» Ex.a

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pediu-me para demorar mais alguns dias essa audiência, visto que nesse momento se tratava dama crise ministerial, as perturbações políticas oram grandes e não havia conveniência de nonhuma espécie em nesse momento estar a tratar da questão. Passaram-se alguns dias e fui então à comissão de inquérito, onde depus. ^De que éramos acusados, eu -e o Sr. Brito Guimarães?

A Câmara vai já apreciar. Eu era arguido de, em 1919, quando fui Ministro, interino, dos Abastecimentos, ter concordado com o parecer dum director geral; o qual favoravelmente informou sobre o requerido por uma firma que se julgava com razão bastante para pedir, por conta, uma parte daquilo que o Estado, no parecer desse director geral, lhe devia.

Nesse requerimento se pedia que fossem entregues à referida firma, como adiantamento, 100 contos, a fim de se livrar da falência, sitnação que lhe fora criada, exclusivamente por culpa da referida Direcção Geral, como o declara o mesmo director geral no mesmo parecer;

. Esse director geral, que era ao tempo inspector das Alfândegas, e cuja honorabilidade, pelo menos até então, a ninguém merecia dúvida, foi de parecer, como disse, que se devia autorizar o pagamento da verba pedida, que, de resto, não era mais do que um justo adiantamento. O Ministro, que não tem receia de que lhe apontem qualquer acto que manche a sua dignidade, concordou com o parecer do director geral, como era dever seu.

E este o meu delito, o crime dum'homem por cujas mãos têm passado milhares e milhares de contos do Estado.