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Sessão de 30 de Abril de 1920

petência o"que tiver por melhor e do seu patriotismo e das suas boas intenções ninguém pode duvidar.

O contrato feito pode ter sido um mal, •mas tudo temxo seu lado bom, e, este, tendo permitido ao Tesouro Público manter as disponibilidades que tem tido em Londres para poder ocorrer às necessidades mais urgentes, como a da aquisição de trigo, de carvão, e outros artigos, aquisição que tem sido absolutamente indispensável.

Apartes.

O Orador: — Se porventura o ilustre Deputado, Sr. Leio Portela, tivesse mandado para a Mesa uma nota de interpelação, com a lialdade e franqueza de 4ue uso em todos os meus actos, fazia a comunicação de quando me encontraria ha.-bilitado com todos os elementos para poder esclarecer S. Ex.8

Um aparte do Sr. Leio Portela.

O Orador: — Eu sou, como V. Ex.a, Sr. Leio Portela, duma região-onde as cousas se dizem de cara a cara.

V. Ex.a disse-me apenas que queria falar sobre câmbios e eu, que me prezo de ser um homem de bem na acepção da palavra, apelo para todos os parlamentares ' que aqui se encontram para que digam se a maneira como o Sr. Leio Portela falou não constituiu uma verdadeira interpelação. (Apoiados).

O Sr. Leio Portela: — Eu posso dizer e preguntar o que entender.

O Orador: — E eu posso responder o que julgar conveniente. (Apoiados]. Se y. Ex.a—repito — tivesse mandado para a Mesa uma nota de interpelação, eu. procuraria habilitar-me, como me cumpria.

Só acredito que se não tratou duma questão política porque V. Ex.a o declarou e V. Ex.a é também um homem de bem.

Assim eu diroi à Câmara que o Governo não permitirá de forma nenhuma qao a nossa circulação fiduciária seja aumentada, declaração esta" que o Governo já teve ocasião de fazer e de expor à Câmara na declaração ministerial.

Repito., o Governo já fez essa declara-í>âo o estou pronto a segai-lo custe o que

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i custar e se tal não puder fazer, então

i sairei destas cadeiras.

j O Governo não permitirá, repito, o au-

j. mento da circulação fiduciária, e se tal não se puder conseguir estou pronto á sair destas cadeiras, conforme já tive ocasião de dizer à Câmara.

Eu, Sr. Presidente, entendo que este assunto se deverá adiar para o mês que vem e digo isto por isso que, como toda a gente sabe, é no mês que vem que deve reunir em Bruxelas uma conferência internacional financeira para se tratar da existência financeira de todos os países

| que mais carecem dela, na qual será representada pelos Srs. Afonso Costa, Vi-torino Guimarães e António Fonseca, individualidades estas, cuja capacidade, inteligência e conhecimentos especiais do assunto são de todos bem conhecidos.

Ainda posso dizer à Câmara que, além destes três senhores que são incontestavelmente competentíssimos, irão o Director Geral da Contabilidade Pública, o Governador do Banco de Portugal e naturalmente, dois banqueiros que mais profundamente conheçam a nossa situação financeira e a dos países que comnosco transaccionam.

Assim, Sr. Presidente, eu julgo que o assunto não deve ser tratado agora, inas sim depois de se conhecerem os resultados dessa conferência.

Sr. Presidente: relativamente à pre-gunta que o ilustre Deputado o Sr. Raul Portela fez sobre se os bancos têm cumprido as disposições da lei, eu devo dizer que na verdade não têm sido cumpridas rigorosamente, por isso que têm apare-recido estas dificuldades; no entanto o Governo está estudando o assunto.

O Orador: — O Consortium Bancário reuniu ante-ontem em aas^mblea geral, e deliberou propor ao Governo a sua extinção.

O Governo está a estudar o assunto, e ainda não tomou qualquer deliberação.