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Diário da Câmara dos Deputados

a que pertencem remediar um tanto ou quanto a crise da falta de braços.

Aqui tem a Câmara esboçada a acção

do Governo a respeito deste assunto, que,

-creio, demonstra bem a boa vontade do

Governo em acudir à situação em que o

país se encontra.

O Sr. Tavares de Carvalho (interrompendo) : — A fronteira está quási toda aberta!

O Orador: — Fechá-la por completo é quási impossível . . .

O Sr. Tavares de Carvalho: — O que eu quero dizer ó que quem quere sair clandestinamente não tem dificuldade de maior em passar.

O Orador: — Sim. Uma ou outra pessoa isoladamente. Evidentemente que não 8e consegue em absoluto o fim desejado, mas alguma cousa se faz.

A guarda-fiscal foi reforçada com mil homens que foram completar o numero de três mil praças.

Não basta para garantir por completo a proibição da passagem, mas afirmo que já se consegue que pelas vias mais importantes e pelas passagens mais ou menos conhecidas da fiscalização não passe ninguém.

O Sr. Tavares de Carvalho:—O que eu acentuo é que ainda há muitos pontos onde à fiscalização escapa a passagem clandestina.

O Orador: — Só poderia atingir o bom desde que podesse colocar na fiscalização da frdhteira, que tem a extensão de 800 quilómetros, uns quarenta mil homens. Não posso fazer essa mobilização.

Cinco mil homens foram empregados no cordão sanitário, quando da epidemia da cólera, e verificou-se que era um ná-mero insuficientíssimo. Faz-se o mais que se pode.

Sr. Presidente: estando no uso da palavra aproveito o ensejo para responder às considerações que ontem foram aqui feitas pelo Sr. João Camoesas. Não tive o prazer de ouvi-las, visto que por motivo de afazeres oficiais não me encontrava na Câmara. Por S. Ex.a fui informado dessas suas considerações que desconhe-

cia, visto que o. Sr. Ministro que estava presente o a quem S. Ex.a solicitou que me transmitisse as suas palavras, nada me disse, naturalmente por esquecimento.

Mas vou agora responder a S. Ex.a

O Sr. João Camoesas disse que factos irregulares e de importância se passavam na guarda republicana.

Cumpre-me declarar que esses tais factos que S. Ex.íl reputa graves não tem gravidade absolutamente nenhuma, visto que não passam de -enredos nascidos da n,ão satisfação de pedidos pessoais.

Sr. Presidente: o Governo que se senta nas cadeiras do Poder tem, teve e terá sempre, emquanto Governo for, o princípio "de falar verdade ao país. E mais do que nunca, neste momento de perigo e em .que todos iam desenhando, .em Portugal, o caminho para o abismo, todo o português que tenha a alma iluminada pela centelha do patriotismo deve seguir esse princípio.

Sr. Presidente: tudo que S. Ex.a indicou como factos irregulares rodopia em volta de um homem despeitado. Esse homem é o alferes Ribeiro. É um dedicado

tom

serviços à Eepública.

Evidenciou-se sempre pelo seu republicanismo. Na revolução -de Santarém teve uma excepcional acção. Todos o conhecem, por certo, visto que nos jornais foram feitas referências a este alferes que chegou a ser alcunhado pelos re.acioná-rios de assassino. Foi o caso que num incidente do combate em que ele se batia por uma causa justa, teve de defender- se e matar para não morrer. O que é certo ó que esse oficial tomou para connosco um aspecto tal que ficou com jus à nossa consideração, à consideração de todos os republicanos.