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Sessão de 4 e? de -funho de 1920

esse oficial um pouco contente, ato que um dia se lembrou de frequentar uma escola de aviação no estrangeiro. Eu fiz-lhe ver então a impossibidade de lhe poder satisfazer o seu desejo já por ser miliciano, já porque, estando em vésperas de se estabelecer em Portugal uma escola de aviação, não havia razões que justificassem a sua frequência duma escola estrangeira, tanto mais que isso implicaria um dispêndio de ouro que o Estado não pode desbaratar.

Esse oficial não se deu por satisfeito com a minhas objecções e tan as vezes instou junto de ruim no sentido de eu lhe satisfazer u sua mania que eu já não via senão o homem a subir ao ar. (Risos}.

Tratei-o sempre com a maior consideração, mas apesar disso o seu temperamento revolucionário começou a ferver e no meio dessa impetuosa fervença começou a apregoar que conspirava contra o Governo, chegando mesmo a despedir-se dos amigos com o fundamento de que ia tomar parte numa grande revolução em que havia de morrer ou de vencer. E tal era o seu furor revolucionário que chegou mesmo a aliciar praças e cabos da guarda republicana e a dizer que estava disposto a matar o capitão do esquadrão. O referido capitão que conhecia bem o temperamento do irrequieto oficial, temendo que ôle fizesse qualquer diabrura e não com receio de qualquer atentado porquanto esse capitão ó uma criatura destemida e valente, começou a vigiá-lo. Tendo eu então conhecimento de que esse alferes frequentava com bastante assiduidade os esquadrões de cavalaria entre os quais pretendia espalhar o germe revolucionário, -proibi a sua entrada no quartel desses esquadrões. Começou algum tempo depois o alferes Ribeiro a propalar que os oficiais eram perseguidos e espionados, o que deu origem a toda esta intriga que eu estou esmiuçando.

Eis o que sobre este ponto eu. tenho a dizer à Câmara.

Quanto às reduções de despesas da guarda republicana, devo dizer que me propus realmente fazer determinadas economias, economias que atingiram já, não dez ou vinte contos, mas um total de perto de dez mil contos, o que já representa qualquer cousa.

Relativamente à transferência de determinados oficiais, ola efectuou-se em vir-

tude de terem sido divididos os grupos de artilharia, fornecendo uma secção para Coimbra e outra^para o Porto os grupos já organizados. Este facto não caiu bem no espírito de alguns oficiais e daí a atitude do capitão Sr. Faria Leal que sendo um bom republicano cometeu, indiscutivelmente, um acto de flagrante indisciplina. Propriamente na transferência de oficiais todos estão concordes, sendo alguns os primeiros a pedir para fazer, parte das secções que foram criadas.

Quanto ao caso das habitações, devo dizer que Gle não reveste importância alguma. O capitão comandante de esquadrões do Cabeço de Bola tem um filho militar que casou há pouco e que, dada a situação precária em que vive em face da exiguidade do seu soldo, foi viver juntamente com seu pai que lhe cedeu dois aposentos da sua casa. Mais uma intriga do alferes Ribeiro por não o ter deixado voar. (Risos).

O orador não reviu.

O Sr. Ministro da Guerra (Estêvão Aguas):—Mando para a Mesa uma proposta de lei modificando a taxa militar de forma a regularizar duma maneira efectiva a cobrança desse imposto e ainda a aumentá-lo.

Para esta proposta peço urgência, como pedi para as propostas que tive a honra de apresentar a esta Câmara em 14 e 28 do mês passado, realmente bastante urgentes. Como sei que a comissão de guerra está novamente constituída, pedia a V. Ex.a para junto dessa comissão influir no sentido deía dar rapidamente o seu parecer sobre elas. Uma dessas propostas diz respeito aos oficiais reformados para os quais estabelece uma nova forma de vencimentos, dada a situação impossível em que se encontram actualmente.

Também apresentei no dia 28 uma proposta de lei acerca dos mutilados de guerra, aqueles que pela sua permanência na guerra ficaram impossibilitados de ganhar a sua vida.

A Câmara já tem manifestado por várias vezes o desejo de discutir e apreciar essa proposta de lei, o que espero fará no ma!s curto prazo de tempo, visto tratar se de um assunto da máxima importância o