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Diário da Câmara dos Deputados

lugar em qualquer comissão e tem o direito de renunciar quando quiser, também ninguém é obrigado a morrer de indigestão, mesmo política, e a comissão não está realmente disposta a isso.

Sr. Presidente: quero ainda responder novamente à estranheza manifestada por parte dalguns Deputados de não se ter ainda terminado a averiguação relativa ao célebre caso do arroz. Parece efectivamente. qT~e a República também depende da questão do arroz. Se não se resolve a questão, a República vai-se abaixo.

(Trocam-se apartes).

Sr. Presidente: como V. Ex.a sabe, essa questão obrigava a várias diligências, entre as quais, ama que fui fazer a Londres, informar-me sobre o assunto junto do Ministro em Londres, o Sr. Teixeira Gomes que, como V. Ex.a sabe, desde Janeiro de 1919 ocupou o alto lugar de nosso Ministro em Madrid. Depende ainda dalgumas diligências, visto que esse acto se praticou, não no país, mas no estrangeiro; depende dalgumas diligências que porventura não poderão ser feitas tam depressa como alguém imagina, e digo isto ressalvando já a responsabilidade daqueles que substituírem os membros da comissão.

O Sr. Brito Camacho, reconheço-o, pôs a questão com justeza e com a elevação habitual, sobre os inconvenientes que resultavam da substituição da comissão quanto à proficuidade da continuação dos respectivos processos. S. Ex.a o disse, quo não eu, e nesta expressão não vai nem confirmação nem negação da afirmação de S. Ex.a

Disse o Sr. Brito Camacho que ainda haveria talvez dentro do Ministério dos Abastecimentos que averiguar mais e porventura melhor.

Não posso dizer se há porque me não é possível diz6-lo, além de que, os processos estão organizados em relação aos assuntos de que obtivemos conhecimentos. Se há assuntos que se. prendem com esses-, se há outros implicados, de que não temos sequer vaga notícia, não posso dizer, não posso afirmar.

Bem ao contrário do que S. Ex.a julga, eu garanto que a comissão que substituir a actual, poderá desempenhar-se da sua missão, muito mais facilmente. Há índices, há referências, há mapas e pon-

tos de consulta que muito facilitarão o trabalho.

Os processos estão organizados por maneira a que qualquer pessoa desconhe-cedora mesmo da sciôncia jurídica, pode facilmente orientar-se nos trabalhos a continuar.

Sé a Câmara, porem, imagina que a actual comissão ou outra, poderia "terminar a sua acção, honestamente, em poucos meses, eu deverei dizer tanibêm, para salvaguarda dos que vierem, que isso não será possível.

Sr. Presidente: acusa-se o Sr. Queiroz Vaz Quedes de inconsideração e de leviandade em relação às declarações aqui feitas — para mini a lebre está corrida nessa parte — e em relação às notas publicadas pela comissão sobro os trabalhos que ela realizou.

Eu não tenho, Sr. JPresidente, nenhum interesse pessoal em sustentar esse ponto de vista,, pois que nunca foi o meu, embora, Sr. Presidente, eu me julgue mesmo por esses actos, visto que contra não protestei, solidário e porque resolvemos, embora com pontos de vista diferentes, só-lidarizarmo-nos todos com a opinião da maioria.

Mas, Sr. Presidente, parece-me que essa acusação não é tam justificada como se poderá, julgar.

Deve Y. Ex.a lembrar-se que ao Ministério dos Abastecimentos, chamava o público a caverna de Caco.

Deve Y. Ex.a lembrar-se que tal Ministério foi extinto pelo Governo de que V. Ex.a era Presidente, como uma medida do moralidade. •

Deve V. Ex.a lembrar-se de que em volta do Ministério dos Abastecimentos se fez uma atmosfera de escândalos que feriram a opinião pública, mais do que os factos passados em outros1 Ministérios sobre os quais correm outros inquéritos.

Não será pois difícil ao Sr. Queiroz Vaz Guedes, sustentar que foi um bom serviço prestado à República para mostrar que ele trabalha seriamente na administração pública, ir a comissão lançando a público algumas notas oficiosas do que se passava, desde que dessa, publicação não resultasse qualquer inconveniente para o apuramento da verdade.