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Diário da Câmara dos Deputados

São estas as considerações que desejava produzir; e coino a comissão não funciona como comissão dum partido, mas como representante de todos os lados da Câmara, arredada a questão política (Apoiados), falo, não só em nome do Partido" Republicano Liberal, mas como republicano e português, condições que mais prezo, dirijo daqui os meus votos à comissão para que não insista no seu pedido, porque assim não presta nenhum serviço à República nem ao País. (Apartes).

Vozes: — Muito bem.

Estou absolutamente convencido de que é indispensável a continuação do inquérito : é preciso que se apurem os crimes, s.1 os há, e que os tribunais reconheçam se houve ou não culpas.

O inquérito tem que terminar-se necessariamente, pelo prestígio da República.

Tonho dito.

E lida e admitida a moção do Sr. Brito Camacho.

O Sr; Presidente : — O Sr. Brito Camacho pediu fosse lido na Mesa o pedido do renúncia do Sr. Vaz Guedes.

E praxe ler-se na sessão seguinte, mas como se refere a uni facto que se está discutindo entendo dever a Cãrnara tomar conhecimento.

O Sr. Manuel José çla Silva (Oliveira de Azeméis): — Sr. Presidente: requeiro sejam publicados no Diário do Governo os dois relatórios enviados pela comissão de inquérito ao Ministério dos Abastecimentos.

Aprovado.

O Sr. António Granjo: — Sr. Presidente : coloquei, a primeira vez que falei, a Câmara perante uni facto.

A comissão reflectiu 'muito sobre os motivos que a levaram a pedir a demissão, e devo dizer que desde há muito tempo sentido essa atmosfera tendenciosamente feita, e originada apenas por motivos julgados justos, e que desde há muito tinha o propósito de se ir embora, porque não queria sujeitar-se nem a uma situação de comediante, nem a uma situação de réu. Em todo o caso a co-

missão resistiu a essa tentação até se ter saturado de razões.

A comissão colocou, desde o primeiro momento, a Câmara eríi face dum facto consumado. Mas admitamos a hipótese da comissão vir a esta Câmara provocar o debate para exprimentar se ainda merecia ou não a sua confiança; admitamos essa hipótese e vejamos a forma por que correu o debate.

Aparte o Sr. João Camoesas que afirmou que, em seu parecer, a comissão tinha cumprido a sua.missão republicana, ninguém mais nesta Câmara teve uma palavra de elogio para o critério que a comissão seguiu nos seus trabalhos". A confiança na honestidade dos seus membros essa foi por todos reconhecida; também era o que mais faltava . . .

O Sr. António Maria da Silva: — O Sr. João Camoesas não falou apenas em seu nome pessoal.

O Orador: — De facto eu tenho de reconhecer que o Sr. Álvaro de Castro colocou, sob o ponto de vista das respon-sabilidades, a questão nos seus devidos termos. A comissão não foge a qualquer espécie de responsabilidade quer política quer jurídica, quer mesmo pessoal, se houver algum dementado que julgue poder colocar a questão nestes termos.

Quem falou primeiro foi o Sr. Júlio Martins, leader do Partido Republicano Popular.

Toda a Câmara conhece os laços de amizade, de íntima e fraternal amizade que mutuamente nos ligam .desde os bancos da escola. Ninguém me conhecerá, mas há uma pessoa neste mundo que tem obrigação de me conhecer: é S. Ex.a

Certamente o Sr. Júlio Martins não duvida da honestidade dos meus propósitos e sabe que, por pouca que seja a minha inteligência, eu diligencio sempre empregá-la o melhor que posso. Pois S. Ex.a nem ao menos abriu uma excepção para comigo, tam fundo é o seu rancor contra a comissão. S. Ex.a teve mesmo expressões como esta: os argumentos apresentados pela comissão forara infantis, e ainda outras que exprimem melhor o seu pensamento.