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Sessão de 15 de Junlio de 1920

sultado sobro os termos da carta, base da acusação lançada ao Sr. Lino Pinto, e que a minha opinião era de que não constituía prova».

Interrupção do Sr. Ferreira da Rocha.

O Orador: — Não é- hoje ocasião para se discutir o que diz respeito a cada um dos Deputados, mas quando a ocasião chegar eu hei-de prcguntar à Câmara, por exemplo, o seguinte:

Se havendo um Deputado, sócio duma casa, que fez uma proposta ilegal, resul-tando-lhe daí um lucro, se com uma operação fraudulenta . . .

^0 Sr. António Granjo : — Onde está a o peração fraudulenta ?

O Orador: — Ficamos sabendo, pois, que isto duma câmara pedir um certo número de vagões, sem carecer deles, para fornecer a outra ...

O Sr. António Granjo: — j Não é realizar operação fraudulenta!

O Orador: — Noutra ocasião discutiremos serenamente o caso.

Em questão de sensibilidade, quero dizer ao Sr. António Granjo que, se há algum grupo político que tenha mantido sensibilidade talvez exagerada, é o Grupo Parlamentar Popular, que não entrou nesta sala emquanto houve dentro do seu ^eio um Deputado incriminado, e só depois de se terem desligado do partido— onde nunca mais entrarão se forem condenados os dois Deputados enviados aos tribunais — é que o mesmo Grupo entrou nesta Câmara.

Comparando sensibilidade com sensibi-dade e achando natural o procedimento daqueles que se põem ao lado de correligionários feridos injustamente, parece-me que tenho também o direito de reclamar para o meu grupo os direitos que o Sr. António Granjo reclama para o seu.

Sobre o caso do arroz, acho que a nossa estranheza tem razão de ser. Os 316 contos de então representam hoje qualquer cousa como 900 contos. Há, por consequência, duas cousas em suspenso: a reivindicação do dinheiro e o castigo dos culpados, se os houver.

São duas operações concomitantes que deviam seguir paralelamente e verifico,

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com espanto, que quatro meses ainda não foram suficientes para ouvir o Sr. Augusto de Vasconcelos.

Parece-me pouca pressa e suponho que não exorbito das minhas atribuições lembrando à comissão que quatro meses eram muitíssimo mais do que suficientes para interrogar o Sr. Augusto de Vasconcelos, ainda que S. Ex.a trouxesse atrás de si um esquadrão de mulas.

São estes os reparos que nós fazemos ao funcionamento da comissão de-inquérito ao Ministério dos Abastecimentos. Reparos imerecidos—diz a comissão; reparos merecidíssimos — afirmamos nós. (Apoiados}.

Podia a comissão ter requerido um debate sobre as questões já apuradas para se definirem as respectivas responsabili-dades. Mas, sem haver um julgamento da Câmara, apenas por simples palavras que se acham plenamente justificadas pela violência das acusações e pela maneira ilegal como essas acusações foram feitas.,

O Sr. António Granjo: —

O Orador: — Creio bem que o diz o relatório. Em todo o caso, Sr. Presidente, peço a V. Ex.a que esse relatório me venha ter às mãos por alguns momentos.

li, enviado da Mesa o relatório.

O Orador:—Efectivamente, o Sr. António Granjo tem razão quanto à cifra.

Qnere dizer: verificaram-se G.000 contos que a moagem confessa dever, 2.000 e tal que podem ainda apurar-se serem devidos pela moagem, sendo ainda possível descobrireni-se mais 5.000 e tantos.