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Setião

junto da comissão internacional de Ra-vitaillement cumpriram o seu dever, evi-tando que o Estado sofresse prejuízos de muitos milhares de libras.

Kefere-se também ao major Sr. Simas, primeiro presidente da delegação, e que é democrático, como o Sr. Casqueiro, segundo presidente da delegação, que é seu correligionário, como ao Sr. Santos Lucas, que actualmente está à frente dos serviços da delegação. Faltaria ao seu dever se, conhecendo os boatos que sobre a delegação corriam, não dissesse também que o nome do Sr. Afonso Costa figura apenas uma vez nas questões das delegações e dessa única vez para defender os interesses do Estíido.

Para que em todos fique a certeza de que esse homem público não interferiu nos assuntos da- delegação senão dessa vez, e em benefício do Tesouro, refere o caso mais pormenorizadamente. Vendia-se em Portugal a tonelada de sulfato de cobre a 730$.

Comprando este produto em Inglaterra aos preços correntes, podia vender-se em Lisboa por metade. Como, porém, os industriais portugueses e comerciantes do artigo tinham grandes stocks, quando souberam que a delegação tinha comprado sulfato de cobre baixaram extraordinariamente o preço deste produto e o presidente da delegação teve necessidade de o negociar particularmente, para o Estado não perder dinheiro com a Portu-guese Trade Corporation, de Lisboa.

Como esta casa perdeu dinheiro no negócio, o presidente da delegação, para diminuir -este prejuízo, propôs que as perdas sofridas fossem co.bertas pela assistência financeira, caso houvesse a segurança de que a Alemanha nos pagaria a indemnização de guerra. O vSr. Afonso Costa opôs-se a isso. E este o único caso em que interferiu, quanto a assuntos da delegação.

A comissão foi acusada de leviandade pelo facto de ter comunicado ao Parlamento que havia em qualquer processo referências ao Sr. Cunha Liai.

O Sr. Cunha Liai (interrompendo): — V. Ex.a dá-me licença? V. Ex.11 tem sido mal informado dum certo número de factos, o aquele que V. Ex.a está a citar é um deles=

A comissão não foi acusada de leviana por ter feito uma referência ao Deputado Cunha Liai, mas por ter feito referências aos Deputados António Fonseca, Nuno Simões, Orlando Marcai, Senador Ernesto Navarro e outros.

O Orador: — A Câmara sabe que a comissão foi acusada de ter praticado uma leviandade por levar ali referencias ao Deputado Sr. Cunha Liai e outros.

O Sr. Cunha Liai: — O Partido Popular, tomando a atitude que a Câmara, sabe, chamou sobre si as acusações que pesavam sobre todos os Deputados atingidos pelas referências da comissão, e V.. Ex.a parece que quere fazer cair sobre mim o odioso de todas as acusações.

O Orador: — Eepete: a Câmíira deve 'estar leinbrada de que a comissão foi acusada de leviana por lhe ter comunicado que num processo qualquer havia referências a alguns parlamentares, um dos quais era o Sr. Cunha Liai. Não quere por forma nenhuma acusar de leviano o procedimento do Sr. Cunha Liai fazendo agora à comissão fáceis e gratuitas acusações.

Mas quere. em todo o caso, salientar que a comissão não merecia de S. Ex.a as expressões violentas que lhe dirigiu.

Os membros da comissão têm sido tratados se não como juizes, pelo menos como réus.

Essa atitude tem sido assumida precisamente por alguns daqueles' que estão implicados nos actos que a comissão julga ilícitos e criminosos. A comissão não está resolvida a consentir nessa monstruosa inveisão de papéis. ,

Manifesta a sua mágua por tudo ó que se passou e pregunta como é possível que a comissão continue na sna missão. Tendo considerado todos esses factos e suas circunstâncias, a comissão resolveu por unanimidade dos presentes demitir-se. Faça-lhe a Câmara a justiça de acreditar que, tendo resistido até agora a muitas solicitações particulares e à campanha quo se fez contra a sua acção, ela não tomaria es La resorução só não estivesse convencida de que já não lhe é possível realizar a sua missão.