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dendo a nova comissão remediar os erros cometidos.

Alguém disse que a comissão tinha mandado soltar um director da Moagem, o Sr. Mário Reis, com manifesta intenção de o arrancar às garras da justiça. Pede desculpa à Camará de se demorar um pouco sobre este caso.

Tinha vindo no vapor Doudo um carregamento de farinha,, a qual foi distribuída as várias fábricas de moagem, fixando o Grovôrno certo preço.

As fábricas declararam que não lhes convinha a farinha pelo preço estipulado e que ficava em depósito nos seus armazéns, à disposição do Governo.

O Sr. Mário Reis dispôs, em certa altura da farinha, sem autorização do Governo, escriturando por um preço que lhe convinha e fazendo sciente disso o Estado, que lhe respondeu, dizendo' que teria de pagá-la por um preço que fixava. E o Sr. Mário Reis pagou.

E pagou antes mesmo de eleita a comissão parlamentar.

O Sr. Mário Reis, portanto, não devia, ao Estado um real, e se tinha disposto da farinha sem autorização, o Estado, fixando o preço e reeebenuu-o, tinha concordado com esse facto.

^Como é que a comissão havia de manter sob ferros esse homem?

O Sr. Cunha Liai:—Pregunta o preço por que foi paga a farinha. Foi ao preço da tabela oficial, ou seja a $38,5?

O Orador : — Sabe apenas que o Estado disse que queria a farinha paga por $43, isto é, por um preço superior ao apontado pelo Sr. Cunha Liai, e que o Sr. Mário Reis a pagou por esse preço. Em seguida, refere-se ao pedido de renúncia do Sr. Vaz Guedes, mandando a sua carta para a Mesa, e fazendo o seu elogio como parlamentar, como funcionário e como cidadão.

Depois esclarece o que se passou com correligionários seus, os Srs. Jorge Nunes e Brito Guimarães, não hesitando ele, orador, em remeter os' respectivos processos para juízo, sem que o seu Partido lhe retirasse a sua confiança.

O discurso, revisto pelo orador, será publicado na integra, quando devolver, revistas, as notas taquigráficas que lhe foram enviadas.

Diário da Câmara dos Deputados

O Sr. Presidente: — Chamo a atenção da Câmara e especialmente a do Sr. António Graivjo.

Quando V. Ex.a iniciou as suas considerações, eu não estava na Presidência da Câmara. O Sr. Vasco de Vasconcelos, que então presidia, mandou-me chamar e avisou-mo de que V. Ex.a, na sua exposição, se havia referido à forma como a Câmara tinha procedido na remessa de determinados documentos para a comissão, estranhando a solicitude com que a Câmara tinha consentido nessa remessa.

Longe estava eu de supor qus V. Ex.a e a comissão pudessem ver na solicitude da Câmara qualquer cousa quo pudesse significar melindre para a comissão.

Mas a estranhesa de V. Ex.a não pode recair sobre a Câmara, que não tomou deliberação alguma especial, e apenas recai sobre a Mesa, que, aliás, sendo o Regimento omisso na parte que se refere à remessa de documentos para as comissões, pautou o seu procedimento pelos artigos do Regimento que regulam casos análogos. Assim, segundo os artigos 55.° e 133,° está taxativamente indicado que é no próprio dia, e já o artigo 157.°, quando se refere a documentos de comissões enviadas aos Ministros, diz o seguinte :

Leut.

Ora eu devo declarar a V. Ex.a, Sr. António Granjo, e para esclarecimento de toda a Câmara, que a Mesa timbra sempre, relativamente a qualquer documento que lhe ó enviado, em o remeter nesse mesmo dia ao seu destino, não o demorando em seu poder.