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que a Câmara deve reconhecer, certamente, -como tal.

O Sr. António Maria da Silva:— Sr. Presidente : o Sr. Dr. Ramos Preto, Presidente do Ministério, acaba de nos comunicar que, estando vaga a pasta do Interior, e não podendo S. Ex.a acumular as suas funções de Ministro da Justiça e Chefe do Governo com as de titular da pa?ta do Interior, tinha apresentado ao Sr. Presidente da República o nome do Sr. General Pedroso de Lima.

O Partido Republicano Português confia no novo Sr.. Ministro do Interior, pois ele é um militar brioso, uma pessoa de destaque dentro da República, que lhe deve muitos e valiosos serviços.

Em mais de uma vez tive ensejo de o constatar, e ultimamente, no período de-zembrista, S. Ex.a pôs inteiramente todo o seu valimento e autoridade no combate dessa ditadura.

O Ministério é o mesmo, simplesmente com o preenchimento da pasta do Interior, e como, quando da apresentação deste Govôrno, eu produzi as palavras que a Câmara escutou, nada tenho de acrescentar, em nome do Partido T?.pmn-blicano Português, ao que então disse. (Apoiados).

O Sr. António Granjo:—Sr. Presidente: O Uovêrno não deve estranhar que o Partido Republicano Liberal faça a declaração de que a entrada do Sr. general Pedroso Lima para a pasta do Interior em nada modifica a atitude deste partido para com o presente Ministério, que continua a ser de oposição.

Como tenho já dito por várias vezes, essa oposição não pode ser nunca impeditiva, nem da acção do Governo, nem dos trabalhos.parlarncntares; é uma acção fiscalizadora dos actos do Governo, no sentido de evitar que, se pratiquem quaisquer factos que resultem em prejuízo das instituições e ein desprestígio da República e da Pátria.

Nessa missão continuaremos e estamos mesmo dispostos a uma vigilância cada vez mais atenta.

Posto isto, eu não posso esquecer que o Sr., general Pedroso Lima foi o comandante de Chaves, quando do período angustioso da insurreição monárquica do

Etário da Câmara dos .Deputado»

Norte. Eu não posso esquecer que encontrámos nesse momento angustioso de receio pela sorte da República, o Sr. general Pedroso Lima dentro das muralhas da minha terra, e eu sou testemunha da dedicação republicana, da f é e da confiança nos destinos da Nação, por parte de S. Ex.a

Tive então ensejo de apreciar as altas qualidades pessoais que exornani S. Ex.a e os seus elevados predicados de comando.

Estas palavras, Sr. Presidente, eram extremamente necessárias para satisfação da minha consciência, porque jamais esquecerei esses vinte dias que vivemos s.ob a ameaça do inimigo, sentindo quási o bafo, a respiração das patrulhas monárquicas, e em que, por isso, vibrámos uní-sonamente no mesmo sentimento republicano.

Vozes : —Muito bem.

O Sr. Júlio Martins: — A atitude do Partido Republicano Popular em presença do Governo da presidência do Sr. Ramos Preto, é a mesma que este partido assumiu para com o Governo da presidência do falecido e malogrado presidente António Maria Baptista.

O Partido Republicano Popular está em oposição a este Governo, mas a sua oposição é franca, liai e inteiramente de harmonia com os interesses da Pátria e da República. (Apoiados).

S. Êx.a, que preside hoje ao Governo, sabe perfeitamente que da parte do partido a que tenho a honra de pertencer lhe não foram inicialmente levantadas quaisquer dificuldades. Continuamos a manter a mesma atitude. No emtanto, o Ministério h á-de ser julgado pelos seus actos, com aquela lialdade, com aquela franqueza o sinceridade que estão nas tradições do Partido Republicano Popular.