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de 10 de Junho de 1920

anterior a comissão disse à Câmara que não tinha ainda podido ouvir o Sr. Augusto de Vasconcelos, por virtude de S..Ex.a estar ausente em Londres. A comissão telegrafou-lhe, ao que o Sr. Augusto de Vasconcelos respondeu que estaria cá ainda este mês. Não podia, pois, a comissão trazer, qualquer relatório sobre o assunto, visto que S. Ex.a ainda não tinha sido ouvido.

O Orador: — É o que eu dizia; há assuntos importantíssimos a concluir.

V. Ex.as não se impressionaram na primeira sessão em que o presidente da comissão de inquérito fez afirmações da natureza que a Câmara conhece, nem pelo segundo relatório que obrigou este partido a abandonar o Parlamento; para V. Ex.as tudo isto, são cousas sem importância, e agora, pelo facto do Sr. Presidente ser solicito em mandar um ofício a pedir documentos é que os senhores querem, sair da comissão de inquérito, à guarda da qual estão entregues os documentos indispensáveis para fazer o saneamento da Ke-pública.

Não, Sr. António Granjo.

Eu desejo apreciar a obra de V. Ex.as, mas, quando me tiverem dito que esmiuçado e catado tudo dentro desses Ministérios, V. Ex.as não podem averiguar mais nada e dão por terminados os seus trabalhos.

Vá até o fim Sr. António Granjo.

Tem a comissão ainda ainda a confiança da Câmara, que não lha retirou.

V. Ex.as não terminaram os seus trabalhos, apresentaram um relatório incompleto; continuem, pois, a trabalhar.

Não sei mesmo se deram já os processos para os respectivos tribunais.

O Sr.António Granjo: não.

• Já declarei que

O Orador: — Veja V. Ex,.a: até o en cargo de mandar os processos para os tribunais querem atribuir a outra comissão.

O Grupo Parlamentar Popular pede a V.ExA pede à comissão que continue as suas investigações, que retire o seu pedido de demissão, que continue a trabalhar, mas, o Grupo Parlamentar Popular, também lhe diz que quando apresentar o

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seu relatório circunstanciado havemos de o discutir com o mesmo espirito de imparcialidade que V. Ex.a pOe nas suas referências, sem querer saber se existem ou não existem amigos dentro desses processos.

E a nossa maneira de pensar, doa a quem doer.

Se alguém delinquiu, seja quem for, pague perante os tribunais da República. Mas também queremos apreciar as provas dentro das quais V. Ex.as se colocaram para lançar as respectivas sentenças ; disso não abdicamos.

Que venha o respectivo relatório completo, ' que V. Ex.as retirem o pedido de demissão.

Fique a comissão para que se não diga que aproveita esse pretexto para deixar na vaga motivo para bordar considerações que, no meio em que vivemos, podem ser apreciadas por diferentes maneiras.

E esta a maneira de pensar do Grupo Parlamentar a que pretenço. Em nome dos parlamentares do meu partido faço um apelo a V. Ex.a, Sr. Presidente, para que. o transmita ao Sr. António Granjo e a todos os membros da comissão de inquérito para que retirem o seu pedido de demissão e peço à Câmara para honra da República e para colocar a comissão do inquérito no seu respectivo lugar, que não lhe aceite a demissão.

Tenho dito.

O Sr. António Maria da Silva: — 3r. Presidente-: V. Ex.a e a Câmara ouviram as longas considerações feitas pelo Sr. António Granjo. que terminou, por declarar que a comissão de inquérito ao extinto Ministério dos Abastecimentos pedia a sua demissão e que V. Ex.a e a Câmara tinham de considerar inabalável a resolução de S. Ex.a

Devo dizer a V. Ex.a que esto lado da Câmara não pode por forma alguma aceitar como boa a resolução a que acabo de referir-me.