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Sessão de ÍS de Junho de 1920

Feitas estas ligeiras mas necessárias declarações, eu cumprimento o novo Ministro do Interior. Sou amigo pessoal de S. Ex.n e reconheço as soas altas -virtudes cívicas e republicanas. -Estive, também com o meu camarada e amigo o- Sr. António Granjo em Chaves, na hora incerta em que se jogavam os destinos da Repúbica. Encontrei lá o Sr. Pcdroso de Lima que ia tomar c.onta da divisão e tive •ocasião de apreciar as suas altas qualidades de militar e a sua grande fé republicana. S. Ex.a sabe bem quanto nós, integrados no mesmo pensamento, estávamos inteiramente às suas ordens para defendermos a Kepública até aos últimos •sacrifícios.

S. Ex.a, que não é nem podia ser um político dentro da República, há-de certamente, desejar manter as suas tradições de republicano, de cidadão independente

O Sr. Cunha Liai: — Sr. Presidente: .não estava presente na ocasião em que pela primeira vez nesta Câmara se apresentou o novo Ministério da presidência •do Sr. Ramos Preto.

Tenho por S. Ex.a toda a admiração, •e já, o admirava quande eu era rapaz e ouvia falar, no liceu em que andava, das altas qualidades de S. Ex.a e essa admi-Tação tem-se mantido através da minha vida.

Desejaria que S. Ex.a tivesse chegado 2i Presidência do Ministério, não por herança, -mas poios seus dotes e qualidades políticas.

A atitude do Grupo Popular Parlamentar, perante o Ministério, já foi definida pelo Sr. Júlio Martins.

Disse S. Ex.a que não prometia uma •oposição- intransigente, mas que poderia contar com a nossa colaboração, quando -e]a fosse necessária.

Simplesmente, o que é necessário é que o país saiba ao certo o que há de verdade nas acusações que se fazem ao Ministério, da falta do competência.

Ainda hoje tive o prazer de ler no jornal O Séc-ido umas declarações do Sr. Ministro das Finanças em que se diz que em tara pouco tempo nSo -se poderia fazer mais o melhor o S. Ex.a também se declarava satisfeito com a colaboração que .em tido.

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Estará a Nação satisfeita?

Pois bem, aproveito a ocasião-paxá dizer ao Governo q-ue li e ando a ler há quinze dias o relatório que precede .as propostas do Sr. Ministro das Finanças e ainda não compreendi nada.

O que ali está é um amontoado de cousas que não ligam umas com as outras. (Apoiados).

Com a consciência que. me dá o pouco ou j o muito que tenho trabalhado nestes problemas em defesa da República, eu pretendo tratar deste assunto perante o 'Governo.

Se a Câmara autorizar e o Sr. Ministro das Finanças -estiver de acordo, e.u farei .uma interpelação a- S. Ex.a por meio de pregimtas e respostas, sobre a situação financeira do país.

•Assim veremos se a nossa opinião tem razão -de ser, ou se é a melhor a, acção do Governo.

Não pretendo que as minhas ideas sejam as melhores, e se se provar que a acção do Sr. Ministro das Finanças ó boa, eu terei muito prazer em o poder -reconhecer.

O Governo diz que apresenta as suas propostas como bases.

£ Mas terão essas propostas matéria que prejudique os interesses do pais?

A -resposta .está -nos números e eu digo que não compreendo os números do Sr. Ministro das Finanças.

Terei muito prazer, fazendo essa interpelação, que S. Ex.a consiga provar que a sua obra é bem perfeita e que tudo que eu não -vejo nessa obra de bom é motivado pela minha incompetência.

Tenho dito.

O Sr. Álvaro de Castro: — Sr. Presidente : pedi a palavra para cumprimentar o Sr. Ministro do Interior e ao mesmo tempo declarar a V. Ex.a que o Grupo Reconstitulção Nacional mantêm a mesma atitude em relação ao Ministério da presidência do Sr. Ramos Preto, como ao da presidência do falecido coronel António Maria Baptista.