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Sets&o de 15 de Junho de 1930

o relatório que eu ouvi ler, incompleto, e sobre o qual nós não podemos fazer uma apreciação dos seus trabalhos.

Quais são, Sr. Presidente, as razões invocadas pelo Sr. António Granjo para a comissão apresentar a sua demissão? São do várias ordens. O Sr. António ; Granjo começou por afirmar que um dos i motivos pelos quais a comissão era obri- . gada a apresentar a sua demissão, era o j que se tinha passado na última sessão.

Por minha parte não vejo razão para j que a comissão se visse obrigada a apre- i sentar a sua demissão. j

O Sr. António Granjo : — Como se trata , duma questão de facto o para que S. Ex.íl ! nFío faça considerações porventura sem '• fundamento, peço licença para dizer que eu expus o que se tinha passado a don- ! tro da comissão, acrescentando que o que se passara não era suficiente razão ; para a comissão' apresentar a sua de- i missão. i

O Orador: — S. Ex.r-, o Sr. António j Granjo interrompeu-me, porém, eu nada j tenho a rectificar ao que disse, desculpe- ' -me S. Ex.a j

Sr. Presidente: o facto ó que uma cousa ' de grave houve, que foi a afirmação feita j pelo Sr. João Pinheiro, isto é, de que o relatório tinha começado por uma falsi- j dade e terminado por uma outra. l

Assim, Sr. Presidente, eu continuo a \ afirmar que não vejo razão alguma para j que a comissão -de inquérito venha apre- j sentar a sua demissão. j

Pelo contrário, Sr. Presidente, depois

Repito, Sr. Presidente, não vejo razão alguma para a comissão vir pedir a sua demissão.

Sr. Presidente: tendo o meu camarada ç amigo o Sr. Cunha Liai mandado para a Mesa uru pedido de documentos, que se encontravam cm poder dessa comissão, o Sr. António Granjo estranhou n, sua solicitude, quando o seu dever era satisfazer o pedido daquele Deputado.

Eu presunto a V. Ex.a e pregunto à Câmara se já não é lícito a qualquer Deputado fazer pedidos de documentos?

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O Sr. António Granjo:—Eu peço desculpa a V. Ex.J1, mas o que é facto é que o que eu ouvi foi o seguinte:

Que nunca ninguém nesta Câmara tinha feito um pedido de documentos que estivessem entregues a uma comissão parlamentar.

Foi isto o que eu disse e nada mais.

O Sr. Manuel José da Silva (Oliveira de Azeméis): —Eu respondo a V. Ex.a e assim desmentirei o que V. Ex.a acaba de dizer.

O Sr. António Granjo:—Desmentir não.

Não me conformo com essa palavra, e, assim, peço ao Sr. Presidente, o'obséquio de convidar o ilustre Deputado a retirar a palavra que empregou.

O Sr. Manuel José da Silva (Oliveira de Azeméis): — Sr. Presidente: nesse caso eu estou pronto a substituir a palavra «desmentir», pela palavra «destruir».

Eu devo dizer a V. Ex.a que em face dum pedido de documentos feito ao Ministério da Agricultura, ôle respondeu que nessa altura não estavam em seu poder.

Enviei outro requerimento análogo ao que o meu amigo, Sr. Cunha Liai, mandou para a comissão de inquérito agora, e nessa altura foi-me respondido que esses documentos estavam lá para quando eu os quisesse ir examinar.

Já V. Ex.a vê que este caso é elucidativo.

O Sr. António Granjo: — O que eu disse foi que esse requerimento devia ter sido enviado para o Ministério 'dos Negócios Estrangeiros.

O Orador :—Eu julguei que a comissão estava melindrada pelo facto do Sr. Presidente ter enviado o ofício, mas afinal não foi; foi por um simples cumprimento restrito da Mesa, que a comissão de inquérito foi apresentar a sua demissão.

(TVeja a Câmara se com as explicações do Sr. António Granjo, o meu argumento não é mais forte ainda?