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No dia em que o Sr. António José de Almeida foi apupado no Rossio, fui das poucas pessoas que arriscaram a vida, e também S. Ex.a

O Orador: — Registo as declarações de S. Ex.a, porque veio dum membro esclarecido do Parlamento. (Apoiados).

Simplesmente desejo que as afirmações de ordem histórica feitas por S. Ex.a se concretizem em demonstração como aliás se concretizaram.

Em ocasião bem difícil nos encontrámos dentro do Directório.

Quanto ao resto pedi resposta à declaração ministerial e nada mais; e emquan-to. a sabatinas, eu direi que isso é bem pouco para um Presidente de Ministério.

Reconheço que a declaração ministerial tem trabalho, e que, pelo menos seria a,bsurdo desconhecê-lo, encerra, sem dúvida intenções de servir o País.

Não discuto o valor dos homens que estão no Governo. Suponham que, repentinamente, numa transmudação da cena política, ingressava na Presidência do Ministério a figura mais reaccionária, mas de raaior valor iútõleclual que tenha atravessado o mundo político em todos os países do universo. '

Esse homem, perante o qual eu seria um ínfimo pigmeu, não conseguiria, mesmo assim, o meu apoio e os meus aplausos (Apoiados), apesar do seu enorme valor porque a minha discordância seria fundamental com os princípios que eu propugnava (Muitos apoiados).

Não discuto a competência dos homens que neste momento se sentam naquelas cadeiras; seria absurdo fazê-lo, pois não é isso que se discute nesta hora.

Da sua sinceridade, da sua honestidade eu não duvido nem posso duvidar, por-quo se assim fosse eu nem sequer lhes daria a consideração de aqui pronunciar a menor palavra (Apoiados). O que se discute é uma questão de princípios e de orientação. E como não foram produzidas afirmações de natureza a demonstrar que o Governo é o detentor daquelas ideas, daqueles princípios indispensáveis neste momento da vida nacional, eu mantenho as palavras com que iniciei as minhas considerações sobre o programa ministerial.

Diário da Câmara dos Deputados

O Governo merece-me a mais absoluta desconfiança e a circunstância de ser agora apresentada a proposta dos duodécimos, não faz com que eu deixe de votar ossa medida, porquanto ela é absolutamente necessária ao Poder Executivo. A sua aprovação não pode, pois, ser considerada senão como um voto de confiança à ° República e à Nação, que através das nossas disputas, através das nossas discussões e através dás palavras vagas e indecisas que pretendem encobrir tudo ou não encobrir nada, hão-de avançar fortes e seguras dos seus passos, dominando cada. vez mais todos aqueles que imaginam ' que a scentelha do génio da própria República deles se apoderou, quando é certo que só o génio do mal se apoderou dos seus cérebros para esquecerem a -própria luz' da razão, para esquecerem o próprio fluido que à República dá vida e vigor, supondo que, mordendo e enxovalhando os homens que à República têm dado mais do que o seu esforço, porque lhe têm dado o seu amoroso carinho, hão-de para sempre erguer uma República sem o sangue dos próprios

defensores dela, porquanto embora ela

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apareça imortal ô Cuiuu uin auuuu u u -

nosso espírito, o sangue que lhe corre nas voias, a carne que nela palpita, não são mais do ique o sangue dos seus heróis e a carne de todos nós.

Vozes: — Muito bem, muito bem. O orador foi muito cumprimentado. O orador não reviu.

O Sr. Mariano Martins:— Requeiro a prioridade para a moção apresentada pelo Sr. João Camoesas.

É aprovado.

O Sr. Presidente: —Vai votar-se a moção do Sr. João Camoesas.

O Sr. Nóbrega Quintal:—Requeiro votação nominal. É aprovado. Leu-se a moção atrás publicada.